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Erasmus Mundus: brasileiros tiram dúvidas sobre o programa

O programa Erasmus Mundus oferece muuuitas bolsas para fazer mestrado na Europa dentro do programa Erasmus+. Neste programa, os selecionados cursam mestrados nas mais diversas áreas do conhecimento em, pelo menos, dois países diferentes. As bolsas cobrem todos os custos como o curso, moradia, deslocamento e seguro-saúde.

Para tirar dúvidas de vocês sobre os programas Erasmus Mundus e as bolsas para mestrado, conversamos com alunos brasileiros de diferentes áreas. O papo rolou ao vivo no YouTube do Partiu Intercâmbio. Nós fazemos transmissões periodicamente no canal para tirar dúvidas. Para não perder nenhuma é só assinar o canal para receber notificação.


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Requisitos das bolsas Erasmus Mundus

O programa Erasmus Mundus oferece as bolsas para mestrado na modalidade Erasmus+. Os cursos oferecidos são os mais variados: literatura, química, engenharia, jornalismo, cinema, saúde. Cada programa tem seus requisitos específicos, por isso, é muito importante ler muito atentamente o edital para não cometer nenhum erro. Vocês podem ver todos os editais do programa Erasmus neste post do Partiu Intercâmbio. Também já conversamos com bolsistas do programa de Clima e Sustentabilidade Migração e Relações Interculturais (EMMIR) e do programa de Jornalismo. De uma maneira geral, para se candidatar para as bolsas Erasmus Mundus para mestrado é necessário

  • Ter proficiência em inglês comprovada (na maioria dos cursos)
  • Não ter terminado a última formação há mais de cinco anos (isso também varia de edital para edital)
  • Ter graduação completa (no geral, ela precisa ser na área do curso pretendido)
  • Não estar morando na Europa há mais de 15 meses até o início do curso (para concorrer às bolsas)

Brasileiros que tenham dupla cidadania (de algum país da Europa, no caso) podem optar se querem aplicar para o programa Erasmus Mundus como brasileiros ou como europeus e isso deve ser informado no próprio application.

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Dicas dos alunos dos cursos Erasmus Mundus

1 – Leia o edital mil vezes

Na nossa conversa com os brasileiros que fazem mestrados do Erasmus Mundus deu pra perceber que a seleção pode variar MUITO de um programa pra outro. Uns programas fazem entrevistas com os finalistas, outros não. Uns programas aceitam receber as provas de proficiência depois do prazo, outros não. Caso você não tenha certeza sobre alguma parte do processo, entre em contato com os coordenadores dos cursos e pergunte. As coisas podem mudar bastante de um ano para o outro e as seleções tem critérios bem variados. Além disso, dá pra pedir ajuda no grupo Erasmus Mundus Brasil no Facebook.

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2 – Preste atenção na documentação pro mestrado na Europa

Neste post sobre como fazer pós-graduação no Exterior, já expliquei que alguns documentos são básicos para candidatura para mestrados fora do Brasil. De modo geral, os cursos Erasmus Mundus exigem a documentação básica: diploma e histórico escolar com traduzidos e apostilados, cartas de recomendação profissionais ou acadêmicas, carta de motivação, proficiência em inglês (alguns cursos pedem proficiência em outros idiomas). Além deste básico, muitos cursos Erasmus também pedem um certificado de residência e deixam muita gente nervosa no que enviar. Há relatos de diversos bolsistas que conseguiram uma declaração de residência em postos de saúde. Outros enviaram apenas uma declaração de próprio punho autenticada em cartório dizendo que moram no Brasil. Antes de se desesperar, a dica é entrar em contato com a coordenação do curso do seu interesse

3- Entenda o perfil do mestrado Erasmus Mundus escolhido

Não deve ter nada pior que achar que você está indo fazer um curso mega prático e acabar num mestrado super acadêmico. Por conta disso, invista bastante tempo em ler sobre os programas do consórcio Erasmus Mundus que interessam você. Faça perguntas para coordenação do curso por email e converse com brasileiros que fizeram os cursos que te interessam (só leia o edital antes e não faça pergunta que tá respondida no edital, né, povo, do tipo “como me inscrevo”). A Tainá, por exemplo, explicou que quem vai pro Choreomundus achando que vai dançar loucamente se decepciona, já no EPOG, a Luísa explicou que não rola muito incentivo (ou oportunidade) pra estágio e o 4Cities, no seu modelo clássico, é bem teórico e agrada mais quem quer seguir pra um doutorado depois. Então, fique ligado e SE INFORME.

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4- Esteja pronto para passar perrengue

Na teoria, essa história de fazer um mestrado nômade, em que você muda de país, pelo menos, duas vezes durante o curso, pode parecer muito legal. Na prática isso pode trazer diversos problemas que ninguém considera antes de escolher um curso desses: dificuldade para conseguir os vistos, problemas para encontrar moradia, pouco tempo para adaptação na nova cidade/universidade. Já conversei com muitos alunos dos mais diferentes programas Erasmus Mundus e alguns programas são mais organizados do que os outros, no entanto, a parte de se virar para encontrar casa ou resolver visto fica sempre a cargo dos estudantes. A Luísa, que é bolsista do EPOG, por exemplo, perdeu uma passagem para passar o fim de ano no Brasil por atrasos nos vistos na França e não teve muito o fazer além de se conformar.

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Então, ao escolher um curso Erasmus Mundus, seja sincero com você mesmo sobre estar disposto a passar por tudo isso a cada seis meses. Caso esse não seja seu perfil, procure por cursos Erasmus em que a mobilidade é feita só uma vez durante o curso ou opte por outros mestrados na Europa (até porque bolsa é o que não falta, né, povo!).

5 – A bolsa Erasmus Mundus cobre todos os gastos, mas…

A Bolsa Erasmus Mundus para brasileiros cobre todas as despesas de taxas, moradia, passagens e seguro saúde. No entanto, os bolsistas brasileiros alertam que você deve ir começando a economizar para fazer esse intercâmbio.  As bolsas só são pagas quando você chega na Europa, sendo assim você precisa arcar com os custos iniciais de passagem, moradia e alimentação para ser reembolsado depois. A Tainá Louven, bolsista do programa Choreomundus, alerta ainda para uma coisa bem importante: a bolsa é a mesma para todos os destinos. No caso dela, a quantia mensal paga dá e sobra para viver na Hungria (primeiro ano do curso), mas ela sabe que a coisa vai apertar quando ela for fazer a mobilidade em Londres, na Inglaterra, onde o custo de vida é bem mais alto.

Já a Luísa, bolsista do EPOG, contou que, às vezes nem tudo funciona como deveria. No caso dela, houve diversos problemas no pagamento das primeiras parcelas da bolsa que eram para ser usadas para reembolso da passagem e custos de instalação.   O Henrique também tomou um susto ao chegar em Birmingham, na Inglaterra, e se deparar com o fato de que a Universidade oferecia moradia estudantil para os alunos, mas alunos não europeus precisariam pagar seis meses de aluguel (em libras!) antes mesmo de chegar na Inglaterra.

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6 – Cuidado para não gastar demais em taxas de banco

Mudar de país várias vezes durante o curso significa que você vai ter que usar o cartão do seu banco em países diferentes e isso pode custar BEM caro. Pior que isso só o stress de ter fechar e abrir uma conta bancária nova a cada seis meses. Para evitar esse tipo de transtorno, uma dica valiosa é abrir uma conta bancária borderless no wise. Com essa conta você consegue criar contas bancárias para diferentes países em um cartão só que funciona na União Europeia inteira (incluindo o Reino Unido, onde a moeda é a Libra e não euro) e também em diversos outros países. Só escolher quais as moedas que você quer ter no seu cartão e não tem taxa nenhuma para manutenção da conta. É cobrada apenas uma taxa muito pequena na conversão de uma moeda para a outra vocês podem conferir como as taxas são realmente baixas aqui.

As bolsas Erasmus Mundus abrem todos os anos?

O programa de bolsas para mestrado do Erasmus Mundus abre todos os anos. No entanto, de um ano para outro os cursos que têm financiamento para as bolsas completas podem variar. Em geral, nos sites dos programas, vocês podem ver de quando a quando o financiamento daquelas bolsas estão garantidos. Então, se um curso abriu com bolsa em um ano não necessariamente significa que ano que vem ele vai ter bolsa também. O 4Cities, por exemplo, não tinha bolsa no ano que a Sloane aplicou, mas teve edital de bolsa agora em 2019. Mas como ela explicou no vídeo, nos últimos dois semestres, os alunos sem bolsa completa se mobilizaram para receber bolsas de mobilidade do Erasmus+ com uma ajuda de custo em torno de 300 euros por mês, o que já ajuda bastante. Então, vale sempre perguntar para a coordenação do curso pelo qual você se interessa, se bolsas menores, como essa estão disponíveis.

>>> Como ganhar a bolsa Chevening para estudar na Inglaterra

Precisa de ajuda para candidatar nas bolsas Erasmus?

Nessa live, você pode ver nossa conversa com brasileiras bolsistas do programa Erasmus Mundus. Caso você precise de ajuda na candidatura, veja mais sobre a mentoria do Partiu Intercâmbio e assista nossa live com mentorados aprovados em programas Erasmus e também em outras bolsas integrais na Europa:

Aqui você pode conferir o que nossos mentorados falam sobre nosso programa de auxílio.

Economize no pagamento da taxa de candidatura

Recomendamos fazer o pagamento da sua taxa usando a conta multimoedas do Wise (ex-Transferwise). A conta é gratuita e com ela você faz pagamentos da taxa de inscrição em processos de seleção em universidades ou junta dinheiro em moeda estrangeira com taxas muito menores. No lugar de pagar os 12% que seu banco cobraria, com o Wise você paga só 1,3% de taxa sobre a operação ou menos.

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Brasileiros do Erasmus Mundus que entrevistamos

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Luisa Guerra tem 25 anos e é formada em Economia na UFRJ. Luisa tem bolsa do programa Erasmus Mundus em Economic Policies in the age of Globalisation (EPOG). O mestrado da Luisa foca em Macroeconomia e Desenvolvimento. O primeiro semestre foi em Berlim, na Hochschule fur Wirtschaft und Recht Berlin, o segundo semestre foi em Joanesburgo, na Wits University, o terceiro semestre na Université Paris 13.

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Tainá Louven tem 28 anos e é bolsista no programa Choreomundus, o mestrado em dança do programa Erasmus Mundus. Tainá tem graduação em Artes Cênicas na UNIRIO, graduação em Comunicação Social na UFRJ, mestrado em Artes Cênicas na UNIRIO. Ela iniciou o curso em setembro de 2018 e deve concluir em setembro de 2020.

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Henrique Freire Santana é engenheiro eletrônico formado na UFPB. Henrique tem 27 anos e tem bolsa do programa Erasmus Mundus para o mestrado The Photonic Integrated Circuits, Sensors and NETworks (PIXNET). Ele iniciou o curso em setembro de 2018 e deve concluir em setembro de 2020.

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Sloane Pretto é formada em Arquitetura pela UFRGS, em Porto Alegre. Sloane está no último semestre do mestrado Erasmus Mundus 4Cities em Estudos Urbanos.

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Sobre o autor

Bruna Passos Amaral

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7 comentários em “Erasmus Mundus: brasileiros tiram dúvidas sobre o programa”

  1. Oi, Bruna, parabéns pela página!
    Super esclarecedora!

    Como fazemos para traduzir os documentos? Precisa ser tradutor juramentado?

    Existem empresas especializadas?

  2. Oi Bruna! Obrigada pelo trabalho, não passo um dia sem acessar o Partiu Intercâmbio 🙂

    Gostaria de saber se o Erasmus funciona como o Chevening, em que podemos entregar o resultado do teste de proficiência depois que já acabaram as inscrições (variando apenas com relação as universidades); ou se na deadline já temos que estar com o resultado em mãos.

    Obrigada ♥

  3. Oie! Obrigada pelo trabalho. É ótimo ter a quem recorrer por aqui.

    Uma dúvida: Os editais normalmente saem por volta de novembro. Mas como eles mudam de um ano para o outro, queria saber o que já posso ir adiantando, que com certeza vou precisar.
    Sei que alguns programas nem solicitam o diploma traduzido, então acho que dá tempo de fazer depois que já tiver essa info com certeza, né?

    1. Depende: tem edital que abre em setembro, novembro, dezembro, janeiro… varia muito. Olha, ter o diploma traduzido desde agora te ajuda a organizar tudo melhor. A grande maioria pede documento traduzido, sim, então, pode ser que seja tiro no pé deixar pra depois.

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Quem faz?

Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!

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