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Tudo sobre o EMMIR: o mestrado em migração do programa Erasmus na Europa

O programa Erasmus oferece diversas bolsas para fazer mestrado na Europa nas mais diversas áreas. Umas das mais bacanas talvez seja a bolsa para o curso EMMIR –  European Master in Migration and Intercultural Relations – para o mestrado em migração e relações interculturais. As inscrições abrem todos os anos (ou quase, porque a gente nunca tem como garantir, né) e os selecionados estudam em pelo menos três universidades diferentes. A Renata Campielo é formada em Direito e Relações Internacionais e é uma das bolsistas brasileiras do mestrado do programa Erasmus Mundus.

Ela começou o curso em 2017 e deve se formar em agosto de 2019. A Renata passou pela Alemanha, Noruega e estava na África do Sul quando conversou com a gente por e-mail para contar tudo que vocês precisam saber antes de se inscrever para o programa EMMIR. Confiram.

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Renata com os colegas em um curso na República Checa

Porque  fazer o mestrado EMMIR em migração?

Renata- Eu já trabalho com migração há muitos anos. Seja com estágios e extensão durante a graduação ou depois de formada. Por isso, eu tinha certeza de que gostaria de me especializar nessa área. Me candidatei para vários mestrados que abordavam o tema de formas diferentes (direito internacional, direito migratório, migração e políticas públicas, migração e interculturalidade) e fui selecionada para três. Optei pelo EMMIR pelo fato que o curso é nômade. Isso te permite uma imersão em diferentes países (pelo menos três), nos idiomas e também na realidade migratória de cada um. Além do mais, ao passar por três universidades, você se expõe a variados métodos de ensino/pesquisa, conhece diferentes projetos na sua área e cria uma rede de contatos bem ampla.

Como foi o processo de application do EMMIR?

Renata – O processo de seleção para o EMMIR ocorreu mais ou menos na mesma época que os outros. Seguindo fielmente as instruções do site, eu preparei a documentação tendo em vista aquele programa em particular. Levei cerca de duas semanas me candidatando para o EMMIR, mas já tinha meu currículo, certificados traduzidos e tudo mais. Sempre acho a carta de motivação a parte mais difícil do application. É o espaço para você ser autêntico e demonstrar porque merece tal oportunidade – isso tudo sem soar arrogante. Para o EMMIR, não tive entrevista.

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Qual o perfil dos selecionados e bolsistas do EMMIR?

– Renata: Sendo um curso multidisciplinar, não existe um perfil restrito. Os estudantes vêm de todas as partes do mundo, com variados backgrounds. Contudo, todos tem em comum o interesse pela temática migratória. Os bolsistas do EMMIR tendem a ter experiência acadêmica e/ou profissional na área.

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Como funciona a parte nômade do EMMIR?

– Renata: mudamos três vezes de universidade, mais uma vez para o estágio obrigatório e uma quinta vez para escrever a dissertação. Isso não significa necessariamente cinco países diferentes, mas significa muita mala pra fazer. Como é isso pra ti pessoalmente? Eu estou acostumada, já estava em um ritmo parecido desde antes do EMMIR. Adoro a novidade de estar em um país novo e descobrir as coisas com mais profundidade que faria se fosse apenas turista. Contudo, é bastante cansativo. A cada cinco meses, temos que buscar casa nova, fazer malas, ver passagens…

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Renata com os colegas do curso EMMIR em Stavanger, na Noruega

 

A universidade ajuda na hora de procurar lugar pra morar ou é aquele desespero a cada seis meses?

– Renata: É desespero, mesmo com ajuda deles. Ahaha Os escritórios de cada universidade compartilham informações sobre onde buscar acomodação, o que fazer, o que evitar etc. Também nos dão a opção de se candidatar à moradia estudantil (o que não significa que vamos conseguir). Contudo, a responsabilidade é integral do estudante de resolver a burocracia e a logística da mudança, por mais gentis que sejam os funcionários do EMMIR. Anedota pessoal: estou em batalha com dois landlords no momento, um se recusa a devolver a caução e outro a prover certas condições como acertado no contrato. Faz parte.

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Qual a coisa mais valiosa do EMMIR e pra quem você recomenda o curso?

– Renata:  O aprendizado com os colegas e a imersão nos países onde moramos é o mais valioso. O curso é bom para quem tem interesse na temática migratória, sobretudo a partir de um ponto de vista de análise micro ou antropológica. Eu, que sou o oposto e me interesso por uma visão mais macro/sistema/políticas, às vezes sofro para atender meus interesses de pesquisa.

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Qual foi a universidade mais legal durante teu mestrado Erasmus e por quê?

– Renata:  A Wits, em Johannesburg. Estou aqui nesse semestre, e sinto uma grande diferença. A universidade tem muito mais vida do que Oldenburg e Stavanger. Na Alemanha e Noruega, o campus estava sempre vazio e o protagonismo estudantil era muito tímido. Aqui tem eventos todos os dias, é até difícil acompanhar tudo. Acho bacana de observar que a universidade em país “em desenvolvimento” é superior às universidades dos países “desenvolvidos”.

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Como é a vida se mudando a cada seis meses com o programa Erasmus?

– Renata: Dá tempo de fazer amigos e aproveitar! As universidades têm atividades para alunos internacionais e a partir daí fica mais fácil de se envolver na vida estudantil. O ritmo do mestrado EMMIR em geral é puxado, principalmente com a carga de leitura alta. A maioria das avaliações são artigos (4000 palavras) e apresentações em classe. Contudo, a distribuição não é homogênea – tem épocas mais tranquilas que permitem liberdade para viajar ou se dedicar a outros projetos.

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Quem não tem bolsa Erasmus consegue trabalhar durante o mestrado?

– Renata: Tenho colegas que trabalharam na Alemanha e outros na Noruega durante o mestrado EMMIR. Outros utilizaram o verão para isso. Mesmo quem não tem a bolsa completa desde o início pode se candidatar a pequenos auxílios para a mobilidade junto à Universidade de Oldenburg.

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Qual a dica para quem quer se inscrever no EMMIR?

– Renata: Leia bastante sobre o que o programa EMMIR oferece e exigem e pack light!!!!!

Meu muito obrigada pra Renata e caso vocês tenham interesse em ler o edital da bolsa EMMIR do programa Erasmus para fazer mestrado em migração e relações interculturais, ele tá no buscador do Partiu Intercâmbio e as inscrições abrem geralmente no segundo semestre.

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Sobre o autor

Bruna Passos Amaral

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Quem faz?

Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!

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