mestrado em sustentabilidade Erasmus Fernanda Berlitz

Como é fazer o MUrCs, mestrado em sustentabilidade e clima do Erasmus, com bolsa

Sabe aqueles cursos de mestrado Erasmus super bacanas com foco em temáticas atuais e importantíssimas para o futuro do planeta e que possibilitam que o aluno estude em diferentes países? Pois o MUrCS (Master in Urban Climate and Sustainability) é um deles! E a Fernanda Berlitz é uma brasileira que ganhou, recentemente, uma bolsa para fazer esse mestrado em sustentabilidade e clima urbano!

A Fernanda é arquiteta formada pela Universidade Feevale, de Novo Hamburgo (RS), e trabalha desde os 16 anos. “Não tenho uma trajetória com participação em eventos acadêmicos ou em pesquisas científicas, mas, sempre que possível, participei de eventos ou voluntariados para expandir meus conhecimentos”, conta.

Ela foi mentorada do Partiu Intercâmbio em 2019 e, depois de aplicar para vários programas e passar sem bolsa, em 2020 veio o tão esperado “sim” do mestrado em sustentabilidade e clima urbano do Erasmus – dessa vez com a sonhada bolsa!

Nesta entrevista, a Fernanda conta como foi o processo de candidatura, fala sobre o curso e dá dicas para quem quer aplicar para um dos programas Erasmus. Acompanhe!

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O que te levou a optar pelo Murcs, o mestrado em sustentabilidade e clima urbano do Erasmus?

Para ser bem sincera, foi o MUrCS que me escolheu. Quando apliquei para esse mestrado, eu já tinha aplicado para mais de 15 cursos/bolsas e já tinha recebido vários “sim, você foi aprovada no curso, mas não temos bolsa para ti”.

Acabei encontrando o MUrCS com inscrição aberta por acaso, dois dias antes do deadline. Nessa altura do campeonato, após a mentoria da Bruna em 2019 e já tendo aplicado para vários lugares, eu já tinha uma clara ideia de para “onde” ir na busca do tema do mestrado e o MUrCS se alinhava com isso.

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Com os colegas do mestrado em Glasgow (Escócia)/Arquivo Pessoal

Como foi o processo de application e a preparação?

Meu processo de aplicação para bolsas, de modo geral, começou em janeiro de 2018, quando me inscrevi e comecei a estudar por conta pra fazer a prova do IELTS. Me organizei para entender todos os requerimentos que são padrão e comecei por eles: prova de proficiência em inglês, documentação etc.

Depois, a Bruna me orientou e me ensinou como escrever uma carta de motivação. Essa parte da preparação foi super importante pra mim, pois me deu uma clara ideia do que buscar em um mestrado para que fosse alinhado com aquilo que eu busco para minha vida acadêmica/profissional. A Bruna faz essa “mágica” de colocar os “pingos nos is”. Até naqueles que a gente nem sabia que existiam.

Como eu já vinha de uma longa jornada de preparação e aplicações (comecei em jan/2018 e para MUrCS apliquei em dez/2019), a aplicação para o mestrado em sustentabilidade e clima urbano foi tranquila. Quando apliquei, era tudo através de um formulário online, no próprio site do curso: uma espécie de CV com dados pessoais, formação acadêmica, vida profissional e uma carta de motivação super curta, além do upload de documentos. Foi um dos processos mais simples que já fiz.

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Em qual parte você teve mais dificuldade?

Ganhar os inúmeros “nãos”? No MUrCS o mais difícil foi escrever uma carta de motivação em 750 caracteres (incluso espaços). Depois de aplicar pro Chevening (risos), ter que enxugar uma carta de motivação para um parágrafo foi um desafio. Sempre ficava com aquela pergunta na cabeça: “como eles vão entender quem eu sou e o que eu quero em 750 caracteres?”. No fim, funcionou!

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Na neve em Glasgow (Escócia)/Arquivo pessoal

Você chegou a aplicar para outros programas? Quais?

Fundación Carolina, EPOS/DAAD, Chevening… E apliquei para algumas universidades (diretamente) que ofereciam bolsa: Westminster, Huddersfield, Rotterdam, Wageningen, Mundus Urbano.

Teve entrevista no processo do mestrado em sustentabilidade e clima urbano do Erasmus? Se sim, como foi? O que mais te marcou?

Teve entrevista, sim. Foi tenso para mim, pois eu não estava confiante com meu inglês. Fora isso, eu estava bem preparada. Quando fui chamada para entrevista, conversei com a Bruna e ela me orientou para que tipo de perguntas me preparar. Baseada nisso, montei as “possíveis” perguntas, escrevi as respostas e estudei. O que mais me marcou foi que eu tinha exatamente as respostas para tudo o que me perguntaram e acredito que foi um diferencial para a minha confiança na hora de controlar o nervosismo durante a entrevista.

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Você estava confiante de que seria selecionada para o MUrCS? O que acha que pesou na decisão do comitê a seu favor?

Tive a sensação de que fui bem na entrevista. Mas, depois de tantas respostas negativas de outros programas, decidi não criar muita expectativa. No fim, deu certo! Acredito que ter confiança sobre o que eu falava nas minhas respostas foi um ponto positivo. Me mostrei determinada a aprender o que eles têm a oferecer para depois aplicar dentro da gestão urbana.

É difícil dizer o que pode ter pesado a meu favor. Estou em uma turma com colegas com diversos backgrounds e me parece que cada um tem algo a contribuir de forma diferente. Obviamente, não somos seres iluminados e insubstituíveis. A questão é acreditar naquilo que temos feito para chegar até aqui e se honrar de cada pequeno passo (ó a Bruna aqui no fundo da minha cabeça me falando isso! Hahaha).

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Qual é o foco do mestrado em sustentabilidade e clima urbano do Erasmus e de que forma ele se encaixa na tua trajetória acadêmica e profissional?

Em primeiro lugar, vale dizer que o curso sofreu uma alteração no último ano. Eu sou da turma que pegou a primeira versão 1.0. A nova turma, que está começando agora, já está na versão 1.5. Estou comentando isso porque afeta as respostas das próximas perguntas.

De forma geral, o MUrCS é voltado às questões de sustentabilidade urbana e à necessidade de ações locais para mitigar as mudanças climáticas. Tem três linhas principais: planejamento, gerenciamento e ciência. O curso permeia as três linhas nos módulos obrigatórios (primeiro semestre), e com os módulos eletivos (nos semestres seguintes) a gente vai aos poucos definindo nossa linha de pesquisa.

O programa é voltado para profissionais de diversas áreas dentro do tema de sustentabilidade e urbanismo, e os alunos permeiam dentro dos desafios de gestão urbana; sensibilidade climática e conforto térmico a nível urbano; igualdade social, ambiental e econômica voltada a transformar as cidades em ambientes mais sustentáveis.

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Durante uma aula presencial na Glasgow Caledonian University/Arquivo pessoal

O curso engloba alunos e professores com diferentes backgrounds acadêmico e profissional, propõe situações reais para trabalhar como estudo de caso, fornece práticas de trabalho e oportunidades de networking. (Aliás, o coordenador do curso nos deu uma lista de oportunidades de estágio, eu fui selecionada para uma… trabalhei durante o verão nesse internship e já fiz contatinhos para o futuro! )

Na minha trajetória, como arquiteta e urbanista, eu tive pouca experiência trabalhando a nível urbano. Mesmo assim, foi suficiente para saber que o MUrCS poderia contribuir para minha trajetória daqui para frente. Minha intenção quando apliquei e fiz a entrevista estava bem clara: eu queria poder contribuir a nível cidade para mitigar desastres naturais decorrentes de inundações e deslizamentos. E esse curso está me fornecendo o conhecimento e as ferramentas necessárias para ir adiante.

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Quais são as universidades e países que fazem parte do consórcio do programa? Você pode escolher onde você vai estudar?

As universidades parceiras do MUrCS 1.0 são: Glasgow Caledonian University (Escócia), LAB University of Applied Sciences (Finlândia) e University of Huelva (Espanha). Já no no MUrCS 1.5, entrou a University of Applied Sciences Dresden (Alemanha).

Todos os alunos vão para os mesmos países, juntinhos, do primeiro ao terceiro semestre. O quarto semestre, que é o da dissertação, cada aluno vai para um dos países do programa, de acordo com o tema da pesquisa.

No MUrCS 1.0, o primeiro “semestre” (são só 3 meses) é em Glasgow, na Escócia, o 2º em Lahti, Finlândia, e o 3º em Huelva, na Espanha. Já no MUrCS 1.5, os países de moradia são os mesmos, mas com a entrada da Universidade de Dresden, os alunos terão aulas com professores de Dresden durante o 2º semestre.

Porém, minha turma foi afetada pela pandemia, então começamos mais tarde. Iniciamos em janeiro de 2021 em Glasgow e ficamos por lá seis meses. Estou agora em Lahti e fico até dezembro de 2021. Depois passo dois ou três meses em Huelva. E no semestre da dissertação ainda não sei para onde vou.

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Visita de campo em Tampere (Finlândia) com a turma do MUrCS/Arquivo pessoal

Como você está lidando com a experiência de morar em diferentes países e estudar em mais de uma universidade?

Morar em diferentes países é ótimo para conhecer novas culturas, ainda mais quando a gente vai para uns países que nunca passaram na cabeça (no meu caso, Finlândia). Estudar em diferentes universidades nos ensina diferentes sistemas de ensino, nos dá a oportunidade de entender a realidade de cada país/sociedade e nos permite ampliar nossa rede de contatos.

Porém, tem que ter paciência para algumas coisas. Toda vez que nos mudamos, a burocracia é grande. Acaba sendo um pouco frustrante. E quando estamos nos acostumando com o lugar, já está na hora de nos mudar… Aliás, essa foi uma das perguntas que me fizeram na entrevista: se eu entendia que essas mudanças entre países aconteceriam e se eu achava que estava preparada para isso.

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Qual é a tua dica para quem quer aplicar para esse programa?

Tu não precisa ter uma enorme carreira acadêmica. Eu senti que eles buscam gente comprometida e responsável, principalmente porque um dos focos do curso é desenvolver nos alunos a liderança necessária para contribuir dentro do ambiente urbano ao lidar com questões climáticas. Mais do que entender de ciência e como a mudança climática afeta o ambiente físico, é preciso olhar para isso com uma visão social e econômica, já que a sustentabilidade visa o equilíbrio entre esses três aspectos.

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Fernanda em Giant’s Causeway (Irlanda do Norte)/Arquivo pessoal

Para saber mais sobre o Murcs e as bolsas Erasmus, não deixe de conferir a live que fizemos com bolsistas do programa Erasmus Mundus, da qual a Fernanda também participou:

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Sobre o autor

Jaqueline Crestani

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Quem faz?

Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!

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