Como fazer faculdade na França: tudo o que você precisa saber
Já pensou em fazer faculdade na França? O país europeu é um destino interessante e deve ser considerado se você deseja obter o diploma de graduação fora do Brasil.
As razões são inúmeras e, de forma alguma, se resumem às belezas ou à gastronomia do país. Quando o assunto é estudar no Exterior, o que torna a França atrativa são fatores como a qualidade do ensino, a estrutura das universidades e os valores das taxas universitárias. Faz sentido, né?
Além disso, embora seja necessário fazer todo o procedimento de validação do diploma aqui no Brasil, os dois países têm vários acordos no âmbito do ensino superior, o que pode facilitar o processo.
Mas, um brasileiro pode fazer faculdade na França? Como se candidatar? Tem que saber francês? Quanto custa exatamente? Tem possibilidade de bolsa de estudos? Neste artigo vamos trazer respostas para as principais perguntas sobre o tema.
Como escolher um curso para fazer faculdade na França?
O primeiro ponto a saber se você quer fazer faculdade na França é que o nível de estudo superior equivalente à nossa graduação por lá se chama “licence”.
Assim como em outros países europeus participantes do Processo de Bolonha, esse tipo de curso, em geral, costuma ter três anos de duração. Há, no entanto, algumas exceções, como formações na área da saúde e na engenharia, por exemplo.
Nos demais casos, a licence é dividida em três anos – L1, L2 e L3. É importante ter essa informação, pois é possível ingressar na faculdade na França em qualquer um desses anos, desde que sejam cumpridos os requisitos de acesso.
Como funciona o ingresso no L1?
Após terminar a escola, os franceses fazem um exame nacional (tipo o ENEM) para ingressar na universidade. Por isso, para começar no 1º ano da licence, o candidato brasileiro precisa, além de ter concluído o ensino médio, ser aprovado em um curso equivalente no Brasil.
Não há necessidade de ser em uma instituição pública e nem será preciso se inscrever, de fato, no curso. O que realmente interessa é que o curso seja reconhecido pelo MEC, equivalente em termos de nível e de área de estudo e que o candidato tenha a aprovação para cursá-lo.
Ingresso no 2º ou 3º ano da licence
Por outro lado, há também a possibilidade de começar a graduação no Brasil e, posteriormente, ir pra França para entrar no L2 ou no L3. Para isso, é necessário comprovar que você já fez um ou dois anos de um curso também reconhecido pelo MEC.
Uma das vantagens dessa opção é que, como a licence é mais breve que a nossa graduação, essa seria uma forma de “encurtar” a faculdade.
“Por exemplo, já cursei dois anos de Direito no Brasil, então, posso ingressar no 3º ano do mesmo curso na França, estudar um ano e ter o diploma da licence”, explica Mariana Isagawa, coordenadora de promoção e comunicação do Campus France Brasil.
Como buscar um curso?
A França tem mais de 3.500 instituições de ensino superior entre públicas e privadas. Universidades, Grandes Écoles, escolas de arte e de arquitetura oferecem uma ampla oferta de cursos de graduação.
Vale destacar que a imensa maioria, por enquanto, é em língua francesa. A oferta de licence em inglês é ainda pequena e se restringe a algumas áreas, como business, tecnologia, engenharia, por exemplo.
Para encontrar uma faculdade na França, é possível fazer uma busca no site do Campus France Brasil. A agência oficial do governo francês responsável pela promoção do ensino superior na França tem um catálogo bem grande de cursos, no qual você pode pesquisar por área de conhecimento, região ou palavra-chave.
Quanto custa a faculdade na França?
A universidade pública na França não é gratuita como no Brasil. Contudo, apesar da maioria dos valores terem aumentado em 2018, as taxas para estrangeiros ainda são consideradas acessíveis em comparação com outros países, como os Estados Unidos.
Para estudantes não europeus o valor da faculdade na França em uma instituição pública costuma girar em torno dos 2.770 euros anuais. Antes não havia essa diferenciação, mas as taxas foram reajustadas em 2018.
Vale lembrar, porém, que o reajuste não se aplicou a todos os cursos. Escolas públicas de arquitetura e de artes seguem com valores mais baixos, na faixa de 400 euros. Já nas universidades privadas as taxas são mais elevadas, custando no mínimo 5 mil euros anuais.
Existem bolsas para fazer graduação nas universidades francesas?
Assim como em outros países europeus, não há grandes programas de bolsas voltados para graduação na França. Mas, algumas instituições de ensino superior têm bolsas desse tipo. Um dos principais programas nesse sentido é o Emile-Boutmy, da prestigiada Sciences Po, também conhecida como Instituto de Estudos Políticos de Paris. A instituição é privada e o programa oferece diferentes tipos de bolsa.
Além disso, também existe, por meio da inscrição pelo Campus France, a possibilidade de conseguir bolsas de exoneração parcial das taxas. O programa Bienvenue en France considera automaticamente todos os candidatos inscritos pela plataforma para concorrer à oportunidade de brasileiros pagarem o mesmo valor dos estudantes europeus — ou seja, cerca de 200 euros anuais.
As bolsas são financiadas pela Embaixada francesa ou pelas próprias universidades. A notícia boa é que o Brasil é um dos países aos quais são destinados mais benefícios. No último ano, mais de 80 alunos de graduação e mestrado foram contemplados.
Como se candidatar para estudar na França?
Além de informar sobre estudo superior e fazer o procedimento pré-consular do visto de estudante, o Campus France Brasil também faz grande parte das candidaturas para instituições francesas públicas.
Isso é ótimo, porque, por meio da plataforma da agência, a Études en France, é possível se candidatar simultaneamente para diferentes universidades. Além de centralizar o processo, o Campus France Brasil também faz uma primeira avaliação das candidaturas, o que é uma grande vantagem porque, caso falte documento ou tenha algo de errado no dossiê, o candidato será orientado a corrigir e pode se comunicar em português.
Na plataforma, o estudante poderá escolher várias opções de cursos e tem mais chances de ser admitido. Inclusive, segundo a Mariana, em função de toda a orientação da agência, a taxa de reprovação do Campus France Brasil costuma ser muito baixa.
É importante saber, ainda, que a candidatura para os cursos nas áreas de artes e arquitetura é realizada através de uma plataforma específica, a CampusArt. O processo, porém, é muito parecido e conta também com o envio do dossiê.
Precisa saber francês para fazer faculdade na França?
Como já falamos, a grande maioria dos cursos é em francês, portanto, é preciso, sim, ter conhecimento e comprová-lo. Para isso, são aceitos resultados dos exames oficiais aplicados pela Aliança Francesa, como o DELF, o DALF, o TCF ou o TEF.
Normalmente, o nível mínimo solicitado para cursos de graduação é o B2, com base no Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas.
Dossiê na plataforma do Campus France
Bom, mas vamos às informações mais práticas sobre a candidatura. Para se inscrever para fazer faculdade na França, o estudante cria um dossiê no portal do Campus France, preenchendo cada campo com suas informações e anexando a documentação. O dossiê se divide em três partes:
- Informações pessoais;
- Percurso escolar, acadêmico e profissional;
- Conhecimento de francês.
Em cada uma das seções será necessário enviar o respectivo documento, como identidade, atestado de conclusão do ensino médio ou histórico acadêmico, currículo e certificado de proficiência em francês (ou inglês, se for o caso). Os documentos oficiais emitidos por instituições devem estar acompanhados de tradução juramentada.
Avaliação e entrevista
Em um primeiro momento, os dossiês são avaliados pela equipe do Campus France Brasil, que, após essa primeira fase, faz uma entrevista com os candidatos. Somente depois dessas duas etapas, as candidaturas são enviadas para as universidades francesas com o parecer sobre o dossiê e a entrevista.
Custo para fazer a candidatura na plataforma
Para enviar o dossiê pelo Campus France será necessário pagar uma taxa de utilização da plataforma. O valor é o mesmo cobrado para o processo pré-consular do visto e gira em torno de R$ 500.
Períodos de inscrição para faculdade na França
Os períodos para aplicar para fazer faculdade na França variam de acordo com o ano da licence em que o candidato deseja ingressar. O processo para o L1 é separado e tem um prazo mais curto, geralmente de novembro a janeiro.
Já para o ingresso no L2 ou L3, as inscrições seguem o calendário do Master, sendo de novembro a março.
>>> Bienvenue en France: bolsas para graduação e mestrado na França para brasileiros
Como funciona o processo para tirar visto de estudante?
Os estudantes brasileiros aprovados para fazer faculdade na França devem, primeiramente, realizar o processo pré-consular por meio do Campus France. É fundamental saber, ainda, que o consulado exige a comprovação de uma renda mínima para garantir que o estudante tenha condições de se manter no país.
Assim, quem vai sem bolsa ou com bolsa de isenção parcial, deverá comprovar que conta com cerca de 600 euros mensais por 12 meses, além do valor do curso.
Preparação para fazer faculdade na França
Se você já tem conhecimento de francês, de acordo com a Mariana do Campus France, de seis meses a um ano seria um tempo bom para se preparar para a candidatura para a licence. Isso contando desde a pesquisa inicial dos cursos e universidades até providenciar todos os documentos.
Vale lembrar que é preciso ter o resultado de um exame de francês em mãos para poder aplicar.
Por fim, para saber mais sobre a graduação na França, é possível acessar a página do Campus France sobre o tema. Se você tiver qualquer dúvida em relação à candidatura, aos cursos ou às universidades francesas, a agência dá orientação gratuita sobre questões relacionadas aos estudos. Basta entrar em contato com o escritório responsável pela sua região:
- Minas Gerais: [email protected];
- Rio de Janeiro e Espírito Santo: [email protected];
- Regiões Sul e estado de São Paulo: [email protected];
- Região Centro-Oeste e Norte: [email protected];
- Região Nordeste: [email protected].
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Sobre o autor
Jaqueline Crestani
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Quem faz?
Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!
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