Brasileira bolsista do programa Mitacs dá dicas para ser selecionado para estágio no Canadá
Imagina que sonho passar 12 semanas fazendo estágio no Canadá? Para ajudar vocês a se candidatarem para o programa Mitacs Globalink Research Internship, conversamos com uma bolsista Mitacs para pedir dicas para seleção e esclarecer dúvidas sobre as atividades no Canadá.
A Letícia Loureiro, quando estava no 8º período relações internacionais na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), no Rio de Janeiro, embarcou para o Summer Job no Canadá. Letícia viajou em junho de 2018 e retornou para o Brasil em setembro do mesmo ano. A jovem é nasceu em Seropédica, no estado do Rio, e está na University of Regina, na província de Saskatchewan, como bolsista Mitacs.
A inscrição para programa de Estágio no Canadá
“Decidi me inscrever porque achei os pré-requisitos bem simples, a bolsa que é ofertada cobre todas as despesas – e então eu não precisaria arcar com nada – e porque seria uma oportunidade única de ter uma experiência não só acadêmica, como também profissional no exterior. Demorei pouco menos de um mês pra traduzir o meu histórico, solicitar a carta de recomendação ao meu orientador, fazer meu currículo em inglês e preencher o application”, conta a bolsista Mitacs na University of Regina. O application do programa é bem simples, mas é bem aí que mora o perigo: você tem que ser super conciso na hora de descrever suas habilidades porque o limite de caracteres é pequeno.
“Demorei alguns dias pra finalmente escrever sobre minhas habilidades, conquistas, conhecimentos e porque eu deveria ser selecionada e o que me ajudou foi separar cada pergunta e escrever tópicos/palavras-chaves que eu queria colocar em cada um delas, por exemplo, na questão dos conhecimentos eu ia colocando pontos como “conhecimento de língua X e Y”, “experiência com pesquisas bibliográficas”, “conhecimento do pacote office”, “experiência com revisões de literatura” e ao final eu escrevia um texto que incluía todas essas informações”, conta Leticia.
Na parte da documentação, é necessário apresentar seu histórico escolar em inglês. Algumas universidades oferecem o documento traduzido, se esse não for o caso da sua universidade, tem duas maneiras de proceder: ou pagar para fazer uma tradução juramenta ou fazer como a Leticia fez: “fiz o histórico em inglês no word e depois o levei, junto com o histórico em português, na coordenação do meu curso e no setor de Relações Internacionais para os coordenadores assinarem e autenticarem”. É uma dica maravilhosa para economizar, mas também é bom estar ciente que talvez nem todas as universidades deixem fazer isso, mas vale a pena tentar, né?
A entrevista ou como comprovar proficiência para o Mitacs
Uma das vantagens do programa Mitacs é que eles não exigem certificados como TOEFL ou IELTS para comprovar a proficiência no idioma. No entanto, pode ser que tenha entrevista para que o professor tenha certeza que você tem o nível mínimo de inglês (ou francês) para poder trabalhar num projeto de pesquisa no exterior. A Leticia, por exemplo, fez uma entrevista por e-mail com o professor do projeto: “ele pediu pra eu responder algumas questões a respeito das minhas habilidades de pesquisa, se eu tinha interesse em fazer mestrado no Canadá e se eu tinha interesse de fazer na universidade do projeto em questão, como eu poderia contribuir para o projeto e se eu já tive alguma experiência com o tema do projeto”, conta. Para testar o nível de inglês da candidata o professor também pediu um vídeo respondendo questões mais específicas sobre o assunto da pesquisa.
O processo da seleção do summer job no Canadá
A inscrição para o programa Mitacs é toda feita online e cerca de um mês depois do fim das inscrições, os candidatos recebem a avaliação se são elegíveis ou não ao programa. “Uma semana depois disso, eu fui colocada na lista de espera, e mais uma semana depois eu fui colocada como candidata em consideração, nesta etapa você está sendo considerada e os professores podem ou não te contactar para fazer uma entrevista – o meu professor entrou em contato uma semana após isso. O resultado final, que é o oferecimento do estágio, veio cerca de 3 semanas depois da entrevista”, conta Leticia. Então, o resultado final do programa sai cerca de quatro meses depois do fim das inscrições e, de acordo com a Leticia, a melhor dica é esquecer do processo de seleção depois da inscrição pra não ser consumido pela ansiedade.
>>> Bolsistas do programa ELAP no Canadá dão dicas para seleção
O que o bolsista Mitacs no Canadá durante o estágio?
Cada projeto de estágio pode ser bem diferente, mas quem se candidata para ser bolsista Mitacs deve estar ciente que o programa não é de férias, então, envolve bastante trabalho, no caso da Letícia, o trabalho envolve procurar artigos, livros e bibliografias que poderiam responder a questão principal da pesquisa. fazer uma análise bibliográfica dos que eu selecionei e considerei mais importantes e, no final do projeto, além de fazer uma apresentação da pesquisa para o meu departamento, eu também irei escrever um artigo sobre um tema mais específico dentro do assunto do projeto, que eu escolhi com ajuda e orientação do meu professor. “Eu trabalho 8 horas por dia e tenho uma sala no departamento do meu professor, que fica do lado da sala dele e, por isso, temos muito contato sempre”, explica.
A vantagem de os bolsistas Mitacs irem para o Canadá geralmente nos meses mais quentes também ajuda na adaptação. “Eu realmente não tenho o que reclamar, tirando o fato de sentir muita saudade da comida do Brasil. Como é verão, o clima é ótimo, só escurece após as 21h – então dá pra aproveitar BASTANTE e o dia rende mais”, conta Leticia. Além disso, o programa Mitacs não é só para brasileiros e as próprias universidades do Canadá são cheias de gente do mundo todo. “Já conheci gente do Egito, Jamaica, Índia, Alemanha, México, Peru, Ucrânia, Austrália e por aí vai, e isso é muito incrível porque você passar a ter conhecimentos sobre a cultura deles e sobre os países também, você aprende coisas que jamais imaginaria!”, explica a bolsista Mitacs.
Dicas para quem quer ser bolsista Mitacs
O programa é uma oportunidade imperdível para quem quer ter experiência no Exterior que seja também uma experiência profissional e acadêmica, além disso é uma ótima oportunidade para treinar o inglês ou o francês. Mas uma vantagem que nem todo mundo se dá conta é as oportunidades para ex-bolsistas Mitacs: “para aqueles que pretendem fazer mestrado ou doutorado fora, pois quem é Globalink Research Intern pode ganhar uma bolsa para voltar e fazer o mestrado/doutorado em qualquer universidade parceira da Mitacs no Canadá”, lembra Letícia.
Como a gente sempre avisa, não deixar tudo pro último segundo é muito importante. “Separe um bom tempo e bastante atenção para preencher todo o application, principalmente para a parte das questões pessoais e para escolher/rankear os projetos, se possível peça carta de recomendação a 2 professores e coloque tudo que achar relevante no seu currículo!”, recomenda a estudante de relações internacionais.
Os candidatos à bolsista Mitacs precisam escolher no mínimo 3 projetos e no máximo 7, em ordem de preferência, mas a escolha final sobre o programa é a Mitacs, ela que faz o “match” entre o aluno e o professor. “Eu procurei por projetos que tinham temas do meu interesse, como democracia, migração, refugiados, gênero, dentre outros. Como na plataforma há milhares de projetos, o jeito mais prático e rápido de achar pesquisas do seu interesse é ir buscando por palavras-chaves, usando desde palavras básicas como o nome do seu curso até palavras mais específicas de temas que você acha interessante”, explica Letícia.
Outra dica importantíssima que a Letícia dá é não escolher projetos priorizando a cidade/universidade que você gostaria de ir, mas sim, avaliar se o seu perfil (experiências, conhecimentos, etc) bate com o que é pedido pelo professor. “Quanto mais você se encaixar no perfil, maiores são as chances de ser selecionado”, esclarece.
Quer ser bolsista Mitacs no Canadá? Veja nossa live
Nesta live, conversamos com a Letícia e o Pedro Ferreira, estudante de biotecnologia, também bolsista do Mitacs. Eles cnversaram comigo no YouTube do Partiu Intercâmbio para contar mais sobre a inscrição, a experiência e dar dicas para quem quer fazer estágio no Canadá do Mitacs.
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Sobre o autor
Bruna Passos Amaral
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Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!
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4 comentários em “Brasileira bolsista do programa Mitacs dá dicas para ser selecionado para estágio no Canadá”
Oi Leticia, a bolsa é bem generosa! Dá pra viver bem e sem muita preocupação, se não me engano é em torno de 7 mil dólares. O único “problema” é que você só recebe quando chega no Canadá, então você terá que comprar as passagens e levar uma quantia de dinheiro para poder se manter nas primeiras semanas no Canadá enquanto não recebe…
Ola, eu recebi uma oferta de projeto está manhã. Mas por motivos financeiros precisava saber a quantidade de bolsa que receberia. Você se incomodaria em contar um pouco sobre essa segunda parte?
Oi, Bruna! Queria saber o que coloco na parte do Research Rationale, seria mais algo relacionado a uma justificativa da pesquisa que já estou realizando ou a motivação para a pesquisa que estou me candidatando? Desde já agradeço
Poxa quase que eu me encaixo nos requisitos, o unico problema é minha média, que é 7,8 e o mínimo é 8,0 🙁