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German Chancellor Fellowship: oportunidade de desenvolver pesquisa profissional na Alemanha

O programa German Chancellor Fellowship seleciona todos os anos 15 brasileiros para passarem um ano na Alemanha fazendo pesquisa na sua área de atuação profissional. Muita gente se empolga e acaba desistindo por conta da bolsa pedir que você tenha um host na Alemanha. No entanto encontrar o host não é o passo mais complicado na candidatura para ser bolsista German Chancellor Fellowship. Para sanar todas essas dúvidas de vocês e ajudar vocês a entenderem melhor como o programa funciona e o que ele procura nos Fellows, conversamos com a Fernanda Pugliero.

Bolsas na Alemanha

 

Fernanda foi bolsista do programa German Chancellor Fellowship em 2016/2017 e passou um ano na Alemanha desenvolvendo seu projeto: “O Jornalismo não vai morrer, ele vai se reinventar”. A Fernanda é formada em jornalismo pela PUC-RS e também em Geografia pela UFRGS e a Universidade do Porto. No projeto apresentado para o comitê de seleção do programa ela se propôs a pesquisar formas de financiar o jornalismo na Era Digital. No entanto, vale frisar que o programa aceita candidatos ligados a diversas áreas como cultura, política, mídia, administração e economia.
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Fernanda Kist Pugliero, bolsista do german chancelor fellowship, é a moça bem no meio da foto 🙂

 

Como funciona o programa German Chancellor Fellowship

Um dos pontos mais relevantes para ressaltar é que o programa para desenvolver projeto na Alemanha não é um programa para acadêmicos, mas sim um programa para profissionais. Para se inscrever é necessário ter, pelo menos cinco anos de experiência, e também comprovar experiência em liderança. Existem diversos programas para financiamento de pesquisa acadêmica, como as bolsas do DAAD para pesquisa na Alemanha, mas o programa German Chancellor Fellowship não é esse tipo de programa. Além disso, não há a necessidade de falar alemão para se inscrever até porque o programa oferece um curso de alemão para os selecionados. Além das atividades ligadas à pesquisa proposta, os bolsistas do GCF também participam de eventos junto com os outros fellows, vistam empresas e instituições na Alemanha e formam uma rede de contatos na Alemanha e nos países que participam do programa.

 

 

No caso da Fernanda, o host dela era o jornal Der Spiegel, mas para cada bolsista a relação com o host é diferente. Tudo depende do projeto que você propõe. “Eu mal fiquei dentro da instituição do meu host porque meu projeto não previa isso. Mas sei que tem outras pessoas que vão todos os dias ao host, batem ponto e têm até uma mesa reservada. Não era o meu caso”, explica. Durante a pesquisa, a Fernanda também visitou mais de 30 redações de jornal, empresas ligadas à mídia ou comunicação e startups na Alemanha, Holanda, Portugal e Espanha. Com todo esse material, ela escreveu um livro que pretende publicar em breve.

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Sim, Fernanda e os bolsistas do programa German Chancellor Fellowship com a Chanceler da Alemanha, a Angela Merkel.

 

Como encontrar um host para a German Chancellor Fellowship

Uma das partes que mais geram dúvida em quem quer se inscrever para a bolsa German Chancellor Fellowship é como encontrar um host na Alemanha. Afinal, existe a necessidade de entregar um documento com a assinatura do host para a candidatura.  Basicamente qualquer pessoa pode ser o seu host na Alemanha: Uma repartição pública, uma empresa privada, uma ONG ou uma fundação. “O mais comum é as pessoas recorrerem a fundações e ONGS – e há trilhões delas na Alemanha. As pessoas acham que essa é a parte mais difícil, mas encontrar um host é fácil quando seu projeto é bom e faz sentido para aquela organização que você está procurando”, encoraja Fernanda.
Outro ponto importantíssimo sobre o host na Alemanha para o programa German Chancellor Fellowship é que para seu projeto fazer sentido pro host, é interessante dar a essa pessoa tempo suficiente para avaliar e dar sugestões para o projeto. Sendo assim, começar o projeto com antecedência é fundamental. “Eu demorei quatro meses para alinhavar meu projeto, deixar ele redondo, antes de apresentar a dois possíveis hosts. Depois, os hosts pediram alterações, me enviaram material de leitura e eu arrumei algumas coisas que faziam sentido e achei pertinente”, conta Fernanda. A conversa antes da inscrição para o programa na Alemanha é indispensável para você também ter certeza que está escolhendo o host certo. Então, nem pensar em fazer um projeto de um dia pro outro um dia antes das inscrições terminarem:

 

“Tenha paciência e saiba que vai demorar. Mas é isso o que a fundação procura: Candidatos que estejam dedicados ao projeto e não pessoas que entregam qualquer coisa em cima da hora e de qualquer jeito. Esse segundo perfil jamais será selecionado”, orienta a fellow do programa German Chancellor Fellowship.
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Como é a seleção do programa para profissionais na Alemanha

Depois de enviada a candidatura para o comitê de seleção do programa German Chancellor Fellowship, os candidatos pré-selecionados passam por uma entrevista. A entrevista é pessoal, geralmente feita em abril ou maio do ano seguinte. O programa German Chancellor Fellowship paga passagem e hospedagem para geralmente 15 candidatos finalista, que passam três dias em Bonn, na Alemanha. Destes, 10 são contemplados com a bolsa.
“A gente fica sabendo quem foi selecionado e quem está eliminado lá mesmo. No meu ano de seleção, 2016, passei por uma entrevista individual de 20 minutos e uma dinâmica de grupo com outros concorrentes à bolsa, além da apresentação de um pôster sobre a minha ideia de pesquisa”, explica a jornalista.

 

De acordo com a Fernanda, durante a entrevista, eles fazem muitas perguntas sobre o projeto e também aquelas perguntas clássicas: “Como você se imagina daqui a 5 anos?” e  “Como você se imagina daqui a 10 anos?”. Então, é bom já estar preparado para isso. “O candidato a essa bolsa precisa saber muito bem o que quer do futuro antes de decidir aplicar, pois a banca selecionadora leva isso muito em conta. O GCF quer patrocinar futuros líderes, então, para participar, você precisa estar traçando esse caminho – e convencê-los disso”, orienta a fellow do programa German Chancellor Fellowship.
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E depois do German Chancellor Fellowship?

O programa German Chancellor Fellowship não exige a entrega de nenhum relatório específico sobre o projeto ou que alguma ação seja feita ao fim da bolsa. No fim do programa, os bolsistas entregam apenas um documento com impressões sobre a Alemanha e essa é a única exigência final. Afinal, os candidatos estão cientes que este é um programa para profissionais com perfil de líderes, logo, eles esperam que a iniciativa parta dos próprios bolsistas.  A Fernanda, como a gente já contou antes, pretende publicar um livro sobre o futuro do jornalismo e, para ela, mais que o resultado, o processo pelo qual ela passou durante a bolsa foi um ponto importante do programa:
“Aprendi a me organizar melhor, já que toquei a pesquisa sozinha, e, consequentemente, me tornei mais disciplinada. Também tive a oportunidade de enxergar novas possibilidades para minha carreira e conheci profissionais incríveis do mundo inteiro”, conta.

 

Ainda tem dúvidas sobre a bolsa German Chancellor Fellowship

No canal do Partiu Intercâmbio no YouTube conversei com a Fernanda sobre o programa. Caso vocês ainda tenham dúvidas sobre o programa German Chancellor Fellowship é só deixar nos comentários deste post e do vídeo que a gente responde.

No mais, meu muuuuito obrigada para a Fernanda por todas as respostas e as inscrições para o German Chancellor Fellowship abrem anualmente e podem sempre ser feitas até 15 de setembro.

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Sobre o autor

Bruna Passos Amaral

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Quem faz?

Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!

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