FLTA na Towson: Welcome to Towson - ambientação e burocracias necessárias.
Imagine só cair de paraquedas em uma cidade que tu nunca tinha ido e começar a trabalhar no mesmo dia. Ansiedade, nervosismo e vários outros problemas com certeza iriam te influenciar negativamente. Ainda bem que isso não aconteceu comigo. Antes de começar o trabalho como FLTA na Towson University, tive duas semanas após a Summer Orientation para afinar meus sentidos, conhecer Towson, cidade por onde morarei nos próximos 10 meses, ambientar-me com o campus e resolver questões burocráticas. Essas semanas sem os compromissos de sala de aula foram ótimas para amenizar o choque cultural e me deixar mais tranquilo para o começo das aulas.
Towson é uma cidade de cerca 55 mil habitantes (dados de 2010) localizada na costa leste dos EUA, mais especificamente na região metropolitana de Baltimore – Maryland. De trem ou de ônibus, Towson fica a meia hora de Washington, DC, e a três horas de Nova Iorque. A Towson University exerce um papel muito importante na microrregião, pois o número de alunos – 22923 entre graduandos e pós-graduandos – representa quase a metade da população. Os jovens revigoram a comunidade, e a universidade movimenta a prestação de serviços locais. Nesse sentido, Towson se assemelha com Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde morava antes de vir pra cá.
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Como cheguei em uma noite de sexta-feira, meu primeiro fim de semana foi reservado para afinar meus sentidos. Provei algumas iguarias locais, fui em uma feira de produtores rurais e perambulei pelas redondezas para conhecer lugares e me acostumar com as rotas a que terei que fazer. Embora a cidade seja arborizada, as ruas são muito largas com um tráfego intenso. Parece que a cidade foi feita para carros. Em alguns locais nem há calçada, e é raro ver pessoas caminhando, com exceção do centro da cidade. Aliás, o centro é bem simpático e possui lojas e restaurantes para todos os gostos. Já a comida, em geral, minha principal crítica é que muito apimentada ou muito gordurosa ou os dois. O melhor, contudo, são as comidas típicas de Maryland: peixes, caranguejos e frutos do mar, já que o estado fica na costa.
As burocracias na chegada à Towson University
Junto com o início da primeira semana em Towson, começou a parte burocrática, mas super importante do programa: abrir conta em um banco, fazer a carteira da universidade (que dá acesso à biblioteca, ao ginásio de esportes e aos ônibus gratuitos até o campus), dar a entrada no Social Security Number, uma espécie de CPF estadunidense e arranjar um número de celular.
Nesse meio-tempo, também pude me instalar no meu apartamento. Dependendo da universidade, o FLTA pode conseguir serviços de moradia e refeição inclusos. Em contrapartida, o salário torna-se mais baixo. Aqui em Towson eu não tenho nenhum dos dois: o que significa um salário maior, mas tenho que cozinhar por conta própria e achar um lugar onde morar. Porém, minha sorte foi que a chefe de departamento de línguas estrangeiras, a professora Lea (melhor pessoa), alugou previamente um apartamento com um contrato no tempo exato em que ficarei aqui. Os móveis foram emprestados pelo departamento ou pela Lea.
A outra semana foi dedicada a conhecer o campus da Towson University. A TU é uma universidade pública que conta com 64 cursos de graduação, 46 cursos de mestrado e 4 de doutorado. Fundada em 1866 com o nome de Marland State Normal School, ela foi criada como uma escola para formação de professores. Talvez por isso, até hoje a TU é conhecida pela excelência nos cursos da área da educação. Aqui nos Estados Unidos é de praxe cada universidade ter mascote e cores que a simbolizam. Com a Towson University não é diferente: o tigre é o mascote, e as cores, logicamente, dourado e preto.
Nessa semana recebi a chave da minha sala (dividida com outros 4 professores substitutos), participei de reuniões de departamento e conheci as salas em que darei aulas. Além do mais, ainda participei de uma recepção de alunos internacionais, com um tour guiado pelo campus e refeições de boas-vindas. No geral, a semana foi uma boa ambientação porque pude conhecer meus colegas de trabalho e o funcionamento do College of Liberal Arts, prédio onde se localiza o departamento de línguas estrangeiras. Minha principal atividade essa semana foi criar os cronogramas das duas disciplinas das quais serei professor regente, Portuguese 101 e Portuguese 102. Isso tudo sob a supervisão da Lea, que me auxiliou nos materiais a serem usados, metodologias de ensino, abordagens educacionais e possíveis eventos a serem organizados ao longo do semestre.
A relação do programa FLTA com a Towson University é relativamente nova. Sou apenas o quinto brasileiro aqui na universidade. E, esse ano, pela primeira vez a TU vai trazer um FLTA de outro país: vou ter a companhia nesse ano de uma queniana que ensinará Swahili.
Como falei no post anterior, exige-se dos FLTAs que cursem duas disciplinas por semestre, sendo uma das 4 ao total relacionada à cultura estadunidense ou a práticas educacionais. As duas que me matriculei foram Geography of Blues & Rock n’ Roll e Teaching and Learning in a Diverse Society.
Até o próximo post.
Sobre o Autor:
João Pedro Amaral é professor de inglês e literatura em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul. Seu projeto de letramento audiovisual para alunos de escolas públicas foi vencedor do 11o prêmio professores do Brasil na categoria ensino médio da região sul do Brasil e o levou para conhecer o sistema de educação no Canadá. Em 2019/2020, João vai passar um ano letivo dando aulas de português na Towson University, nos Estados Unidos, com bolsa do programa FLTA da Fulbright. Veja todas as colunas FLTA na Towson
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Sobre o autor
João Pedro
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Quem faz?
Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!
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