Brasileiro nos EUA conta como é a vida durante um intercâmbio de High School
Nada melhor que ouvir de alguém que está lá agora sobre como é a vida durante um intercâmbio de High School, né? Então, entrei em contato com O Wellerson Brito, que tem 16 anos e está em Las Vegas, nos Estados Unidos, cursando um ano do colégio pela World Study. O mineiro está vivendo com uma host mother e dois host brothers e frequentando a escola como qualquer jovem local. A ideia de fazer intercâmbio surgiu justamente porque ele queria ficar fluente no inglês e ter a experiência de viver como um jovem americano por um ano.
Para ele, o primeiro dia de aula foi um choque positivo: “minha experiência aqui está sendo incrível. Quando cheguei pela primeira vez na escola foi como um sonho! Eu estava numa verdadeira High School americana. Já fiz amizades no primeiro dia.” O tamanho da escola foi uma das coisas que mais chamou a atenção de Wellerson e a organização também. “Minha escola americana é imensa, cheguei a ficar assustado, achar as salas foi bem fácil, elas são numeradas e os corredores são de acordo com as categorias de matérias”, conta.
A relação com os professores no Exterior é normalmente bem diferente do que temos aqui no Brasil. Quando estudei na escola aqui na Alemanha, lembro que nas séries mais baixas (eu fiz aula de Alemão com a quinta e a sétima série por causa da gramática hahah!) os alunos tinham até que levantar quando o professor entrava na sala. Além disso, nada de chamar professor pelo primeiro nome, é tudo bem mais formal usando senhor/senhora e o sobrenome. O que não quer dizer que eles não sejam gente boa também. É aquela regrinha de ouro que vale para tudo na vida: se você for educado e respeitoso, ninguém vai ter motivo para tratar você mal. “Os professores são bem agradáveis e sempre te dão uma nova chance no caso de alguma dificuldade. Afinal, você é intercambista e está aprendendo tudo só que em outra língua. Eu sempre participo e me mostro interessado porque quero tirar boas notas”, explica Wellerson.
Bem além da escola como a gente conhece
Em boa parte dos países onde se faz High School, é possível escolher as matérias que você vai cursar. Nos Estados Unidos, não é diferente. Além disso, as escolas lá oferecem uma infinidade de atividades extracurriculares para os alunos. Fazer parte dessas atividades é bem bacana para conhecer gente e treinar ainda mais o idioma, só tem que cuidar para não fazer coisa demais e esquecer de tirar notas boas. “Na escola, podemos escolher nossas matérias e tem oferta de cursos bem legais como Artes, Teatro, Culinária, Circo. Faço bastante coisa extracurricular. Tenho aula de circo, artes, Hip Hop e orquestra depois das aulas normais. Chego em casa por volta das 18h com isso não tenho tempo de sofrer por saudade.”
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Inclusive, quando o papo é sentir falta de casa, tem que tomar cuidado para não viajar e ficar com a cabeça no Brasil. Óbvio que você vai querer mostrar e contar tudo para sua família e amigos aqui, mas não dá para passar o intercâmbio inteiro no Whatsapp ou no Facebook, até porque você está lá para interagir com os locais. O Wellerson, por exemplo, fala com amigos e com a família somente uma vez por semana para não atrapalhar no inglês e nem na convivência com os hosts.
Tomar esses cuidados ajuda você a se integrar melhor e aproveitar a experiência ao máximo. Uma das coisas mais legais do intercâmbio é aquele momento em que você se dá conta no quão impensável tudo aquilo era antes na sua vida. Nunca vou me esquecer de quando mostrei um texto para a minha host mother e ela me disse: “quem lê isso não acredita que seis meses atrás você não falava nada de alemão.” O intercâmbio é cheio dessas pequenas conquistas pessoais, seja na fluência, na convivência com as pessoas ou em como você passa a encarar os obstáculos da vida. Pro Wellerson, não está sendo diferente: “Estou aprendendo a tomar decisões e ser responsável, resolver meus problemas sozinho, mas também sei que é importante pedir ajuda, pois isso não é vergonha nenhuma. Estou aprendendo muito sobre a convivência e a respeitar as diferenças. São experiências e emoções indescritíveis. Estou aqui estou firme, forte e ultra feliz.”
Como funciona o intercâmbio durante o Ensino Médio ou High School
O intercâmbio de High School é voltado para jovens entre 15 e 18 anos (em alguns casos, jovens de 14 e 19 anos também podem participar) que querem cursar um semestre ou um ano do Ensino Médio no Exterior. Para poder se inscrever, os jovens devem ter boas notas aqui no Brasil e muita disposição para mergulhar em uma nova cultura e aprender um idioma. Durante o período no Exterior, além de aprender a língua, os intercambistas frequentam a escola como qualquer jovem local. Os períodos de embarque geralmente ocorrem entre julho e agosto e janeiro e fevereiro. Os países disponíveis são os mais variados: Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, França, Japão, Alemanha, Austrália e muitos outros.
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Sobre o autor
Bruna Passos Amaral
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Quem faz?
Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!
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7 comentários em “Brasileiro nos EUA conta como é a vida durante um intercâmbio de High School”
Estados unidos não é o paraíso. Talvez foi… nos anos 50. Hoje é um melting pot, cheio de multiculturalismo e divesidade, assim como o brasil. Eu fui pro alaska em juneau em 1997. Eu era a pessoa mais inteligente da escola, mas fiz poucas amizades.
Estudante de intercâmbio, quando é branco e vem de país de primeiro mundo, é tratado como rei no brasil. Eu sou branco, mas como sou estudante brasileiro, cheguei lá e pffff: nenhum deles deu bola.
As meninas me tratavam com indiferença, assim como as daqui. Depois que veio a internet, não vejo vantagem de sair do brasil pra ir morar em outro lugar. Aqui há estabilidade na forma de concurso. Lá, mesmo que você consiga um bom emprego, não há estabilidade, você tem que aguentar encheção de saco de patrão do mesmo jeito que aqui.
tem como cursar fevereiro, março, abril, maio e junho no Brasil e ir para o exterior em agosto e cursar até fevereiro do ano seguinte lá?
se eu passar 1 semestre no High School (6 meses), fazendo o terceiro ano do médio, eu poderei fazer o vestibular no Brasil?
Olá, gente, tudo bom? Então, eu também tenho umas duvidas, se puderem responder, ficarei agradecida.
Ex.01- Digamos que pretendo fazer a High School no 2º ou 3º ano e meu histórico escolar entre o 7º e o 9º ano não foi tão bom com as notas, isso me impede de fazer intercambio, por mais que tenham mudado e só sejam notas altas?
Ex.02- Se o meu inglês for médio também atrapalha algo?
Obrigada, abraços.
Bom, as notas do ensino fundamental não importa, por isto que é recomendado a fazer a parti do 2 ano. (Mas sempre importante tirar notas boas!.)
Não, contanto que você saiba pelo menos um pouco já está pefeito! Quando for fazer, sempre importante andar com um dicionário se o teu inglês for mediano! 🙂
Olá! Adorei os seus posts sobre intercâmbio, mas fiquei com algumas dúvidas e ficaria muito grata se você pudesse responde-las. Lá vai:
1º Não é possível fazer intercâmbio se suas notas não forem boas em todas as matérias?
2° Qual a média usada para saber se minhas notas estão adequadas?
3° Digamos, que fiz o segundo ano do ensino médio por intercâmbio, quando voltar para o Brasil, terei que faze-lo aqui também ou passo para o 3° ano? (claro se eu passar de ano lá.)
Não sei se minhas dúvidas etão explicitas. Mas basicamente é isso!
Obrigada.
Mariana
Mary, não precisa ter só 10, não. Mas quanto melhores forem suas notas, maiores suas chances de conseguir uma bolsa, por exemplo. Cada programa tem um sistema, mas no geral é a média simples mesmo. Acho que mais importante que a nota, é não ter repetido de ano. Se você vai passar de ano ou não, vai depender do tipo de acordo que você tiver com a sua escola aqui no Brasil. Por isso, é tão importante falar com eles antes de ir.
Abraço