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GKS: como estudar na Coreia do Sul com bolsa de estudos

Como estudar na Coreia do Sul de graça? Com a bolsa GKS (Global Korea Scholarship), antiga bolsa KGSP. A bolsa de estudos do NIIED (National Institute For International Education) oferece diversas bolsas para fazer graduação, mestrado, doutorado e pesquisa na Coreia do Sul com tudo pago. Para tirar as dúvidas de vocês conversei com o Tiago Marcondes Oliveira.

Formado em Design de Produto pela Unesp, ele foi aprovado para fazer mestrado na Coreia do Sul com a bolsa GKS na Kookmin em Seul. Ele conversou comigo por email e depois ao vivo quando eu fui pra Seoul para tirar as dúvidas de vocês sobre estudar na Coreia do Sul, afinal o processo pode parecer um pouco complexo, a lista de documentos que precisam ser enviados é longa e a gente não é familiarizado com todos os conceitos do application para as bolsa do NIEED.

As bolsas GKS na Coreia do Sul

Seja para a graduação, mestrado ou doutorado, as bolsas para estudar na Coreia do Niied possuem duas modalidades. As duas diferem basicamente na maneira como você se inscreve na bolsa: é o University Track, no qual você se inscreve para a universidade primeiro e a universidade te indica pra bolsa, e o Embassy track, no qual você se inscreve pela Embaixada da Coreia do Sul no Brasil e indica universidades onde você gostaria de estudar. O Tiago foi aprovado via University Track, então, ele fez toda a candidatura direto com a universidade e algumas partes do processo dele são diferentes do processo de quem se inscreve pela Embaixada. A bolsa e os benefícios, no entanto, são os mesmos e ambas incluem um curso intensivo de Coreano de um ano. Até julho de 2018, o Tiago fez curso intensivo de coreano, na Chosun University, na cidade de Gwangju. Em agosto de 2018, ele começou o mestrado em Design na Kookmin, em Seul.

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O Tiago tá de preto em pé bem no meio da foto 🙂

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Vale lembrar que as bolsas para estudar na Coreia do Niied tanto via embaixada quando prezam pela excelência acadêmica. Então, você tem que ter uma boa média no final do seu curso. Caso a sua média não seja assim super alta porque seu curso era muito difícil, sempre é importante mostrar qual sua colocação em comparação com os colegas do mesmo curso/ano. Sim, às vezes, alguém é o segundo melhor aluno dum curso de engenharia com uma média 7,2. Então, é sempre bom dar essa perspectiva no seu application. No caso do Tiago, a média dele era BEM boa algo em torno de 8,75, 8,8 e média boa nunca impediu ninguém de ganhar bolsa.

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Precisa saber coreano para estudar na Coreia do Sul?

Não necessariamente. Várias universidades sul-coreanas oferecem cursos em inglês. Então, ter proficiência em inglês é fundamental  e ter conhecimentos de coreano sempre ajuda e abre mais possibilidades. No caso das bolsas do NIIED para estudar na Coreia do Sul, inclusive, tem um curso intensivo de coreano de um ano incluso na bolsa. No entanto, demonstrar interesse em aprender e ter conhecimentos básicos ajuda na adaptação porque morar num país sem nenhum conhecimento da língua não é fácil.  O Tiago, por exemplo, já tinha morado na Coreia do Sul por um ano por conta do Ciência sem Fronteiras, mas não tinha muito conhecimento do idioma. “Sabia o mínimo, como pedir comida, me apresentar, etc. Quando cheguei aqui, fui colocado na turma dos iniciantes e, honestamente, acho que teria muitas dificuldades para acompanhar as aulas da turma intermediária”.

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Como em qualquer seleção de bolsa de estudos, mostrar conhecimento da língua (ou pelo menos uma grande vontade em aprender) é uma forma de mostrar um comprometimento maior com a ideia de estudar na Coreia. “A vida de quem chega aqui com algum conhecimento de Coreano é muito mais fácil do que quem vem sem conhecimento nenhum. Vez ou outra me pego pensando que deveria ter estudado coreano enquanto estava no Brasil, mesmo que por conta própria”, pondera Tiago.

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Como é o curso de coreano para os bolsistas GKS

De acordo com o Tiago, o primeiro ano de curso de coreano na Coreia do Sul é bem intenso. “A bolsa determina que precisamos morar em alguma cidade diferente da qual faremos o mestrado. Como a maior parte dos alunos faz a mestrado em Seul, a maior parte é enviada para o interior no primeiro ano”, explica. De acordo com as regras da bolsa para estudar na Coreia, os bolsistas precisam obter um nível 3 no TOPIK (prova de proficiência na língua coreana, cujos níveis vão do 1 ao 6, sendo o primeiro o mais básico e o 6 o mais avançado).

Os estudantes que não atingem o nível de proficiência em coreano exigido no TOPIK podem ficar mais um semestre na faculdade fazendo curso de idiomas. No entanto, nesse caso, quem arca com os custos é o próprio aluno. Quem consegue o nível 3 segue pro seu curso de graduação, mestrado ou doutorado. A rotina nos cursos de coreano na Coreia do Sul é bem puxada. “No caso da Chosun, temos aulas todos os dias, incluindo na véspera de natal, no dia 31 de dezembro, etc, por quatro horas e algumas tardes da semana também”, explica o bolsista brasileiro na Coreia do Sul.

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Coreano não é fácil, meu povo

Então, quem quer estudar na Coreia do Sul precisa estar pronto pra ter um primeiro ano de muito estudo e trabalho para atingir a proficiência no TOPIK. A pressão é grande e o tempo é curto. Então a rotina de estudos precisa ser focada e diária: “passar um dia sem estudar torna a aula do dia seguinte muito mais difícil. É um ano difícil, mas essencial pra próxima etapa da bolsa na Coreia do Sul”, pondera o bolsista da GKS.

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Como escolher um curso para estudar na Coreia

No caso de quem aplica para as bolsas do NIIED via universidades a escolha fica mais fácil (e reduzida) porque você precisa aplicar para as universidades que participam do programa e existe uma lista liberada pelo programa todos os anos com as universidades participantes do programa de bolsas para estudar na Coreia do Sul e os cursos que cada uma oferece.

No caso do Tiago, a escolha começou buscado por todas as universidades que ofereciam curso na área do Design. “Fui selecionando as que ofertavam mestrados ligados à narrativa e storytelling, que era a área do meu interesse. Fui visitando a pagina de cada faculdade e procurando pela grade oferecida em cada curso – nem todas tinham essa informação em inglês. A Kookmin, pra onde apliquei, foi de longe a que mais me interessou”, explica. Então, fica aqui a dica, né, gente, comecem a pesquisar com MUITA antecedência quais universidades geralmente estão no edital (pode mudar um pouco de ano pra ano) e quais cursos elas oferecem. Até porque para aplicar para a bolsa para estudar na Coreia via universidade você apenas pode escolher uma universidade e um curso e não pode aplicar via embaixada ao mesmo tempo.

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Como estudar na Coreia do Sul

O Tiago considera o application para estudar na Coreia do Sul “um pouco complicado, como o de qualquer outra bolsa”. No caso dele, toda a inscrição foi feita direto na universidade e o curso de graduação no Brasil ainda não estava concluído, então, o Tiago ainda estava fazendo TCC, o que adicionou um componente de emoção (ou correria) no processo todo. O edital do programa de bolsas para fazer mestrado na Coreia do Sul é enorme, mas claro e cheio de informações. Então, tem que ler e investir tempo nas coisas todas.

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Apelar para ajuda de quem já passou por isso ou está no meio do processo também ajuda a diminuir as dúvidas e a ansiedade. “Tinha dois amigos, também ex bolsistas do CsF que aplicaram comigo, então trocávamos informações ao longo do processo, o que me deixava mais seguro na hora de preencher meus dados ou providenciar documentos de uma determinada forma ou outra”, recomenda.

Depois de escolher uma faculdade na Coreia do Sul e marcar o TOEFL, Tiago conta que levou cerca de quatro semanas trabalhando no application. “A parte que dependia de mim foi tranquila, preenchimento de cartas, etc. Como boa parte do processo depende de terceiros, como as cartas de recomendação e as traduções, além do resultado do exame de proficiência em inglês, que demora um pouco para sair, não deu pra fazer tudo tão rápido quanto gostaria”, explica. Justamente porque nem tudo depende só de você, começar todo o processo com a maior antecedência possível é fundamental: “as pessoas e serviços que são necessárias pra finalizar a candidatura podem não ter o mesmo senso de urgência do candidato”, alerta.

Pra quem, como o Tiago, pretende aplicar para as bolsas para fazer mestrado na Coreia antes mesmo te ter terminado a graduação, é bom ficar ligado que isso pode causar um tanto de correria e stress. “Tive de acelerar a conclusão do TCC, pois precisaria estar formado caso fosse aprovado na bolsa. Não ter um diploma em mãos aumenta a insegurança. Depois de ser aprovado nas primeiras fases da bolsa GKS para estudar na Coreia, faltando apenas os exames médicos, a UNESP corria risco de entrar em greve e eu, consequentemente, de perder a bolsa, por não me formar a tempo. Essa foi, sem duvidas, a época mais complicada do processo todo”, lembra.

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Depois de toda a documentação enviada, o Tiago ainda passou por uma entrevista com a universidade: “a minha entrevista foi bem legal, o entrevistador era um professor do meu departamento, ele falava inglês muito bem e claramente tinha lido a minha candidatura antes de falar comigo. Foi uma conversa bem interessante e, na minha opinião, crucial para que eu fosse aprovado”.

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Plano de estudos para fazer mestrado na Coreia do Sul

Uma parte do processo de admissão para as bolsas para estudar na Coreia é a parte que pede um “plano de estudos”. Quanto a isso, vale a pena entender bem qual o curso que você pretende fazer e se ele é mais acadêmico ou prático. “O meu mestrado parece ser um pouco menos acadêmico do que a maioria, inclui até mesmo um estágio obrigatório. Não fiz um plano de estudos detalhado. Me preocupei em explicar meu interesse pela área, sempre tentando ligar meus planos e objetivos ao que a faculdade tinha pra oferecer. Como no University track só se aplica para uma faculdade, acredito que seja mais fácil fazer isso por esse caminho. Escrevi sobre as minhas aspirações para o futuro, os motivos de querer estudar um ou outro tema, mas não detalhei nenhuma pesquisa nem defini um único tema de estudo, conta.

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Seja para estudar na Coreia ou em qualquer outro país é muito importante você saber explicar muito bem por que você quer estudar naquele país, naquela universidade, naquele curso. Se você tiver uma ideia que tipo de trabalho de conclusão quer fazer, vale a pena mencionar, mas pode ter certeza que você vai mudar de ideia no meio do caminho e isso não problema nenhum. Quanto mais específico você for, melhor, como a gente já explicou aqui em um texto sobre como fazer um personal statement para ganhar bolsa de estudos. Vale lembrar que só dizer que você é apaixonado pela cultura/música/língua coreana não é suficiente. “Praticamente todo mundo que tenta vir pra cá, de alguma forma, gosta do país. os alunos selecionados costumam ter uma clareza um pouco maior sobre o país ou uma conexão um pouco mais objetiva. São pessoas que querem vir porque têm objetivos claros de carreira e vida”, recomenda.

Outra dica valiosíssima do Tiago para quem quer estudar na Coreia, mas que vale para qualquer application competitivo é: “procurem entender – para poder explicar – quais motivos exatamente te trariam para o país e por que exatamente vocês querem vir pra cá. Ter essa clareza não só passa confiança para os avaliadores, mas para vocês mesmos. Por que eles deveriam investir em você ao invés de outra pessoa, acho que é uma pergunta importante que é preciso saber responder”.

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GPA e Bolsa GKS: como calcular

Outra parte do processo que gera muita dúvida, é parte do calculo do GPA (Grade Point Average). GPA é basicamente a média que você obteve no fim do seu curso. Geralmente o GPA vai de 1 a 4 e muita gente cai no desespero na hora de fazer isso. O ideal é ter um documento oficial da sua universidade (ou escola) dizendo qual sua média final e converter essa nora. Se possível, também dá pra enviar um documento oficial que diga como você se classificou em comparação com os outros alunos que se formaram junto com você.

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Mas como nem todas universidades ou escolas emitem este tipo de documento, a saída é pesquisar . O Tiago usou uma calculadora online para converter as notas para o formato que eles queriam. “Não mandei nenhuma explicação desse processo, só as notas finais mesmo. Uns dias antes de sair o resultado da faculdade, recebi um e-mail da Kookmin me perguntando como eu tinha chegado naquelas notas, então tive de refazer tudo na calculadora, printar a página e enviar pra eles. Lembro que fiquei um pouco tenso na época, achando que daria algum problema. Na dúvida, acredito que já seja melhor mandar essa conversão de forma mais detalhada pra não passar o mesmo apuro que eu passei”, explica. Ou seja, seja lá como você vai fazer o cálculo é importante saber qual método você usou para que não haja problema depois caso a universidade fique na dúvida.

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A bolsa para estudar na Coreia do GKS é suficiente?

A bolsa para estudar na Coreia cobre todos os custos de taxas universitárias, passagem, seguro saúde e ainda dá uma quantia mensal para os estudantes. Mas a bolsa é suficiente para morar na Coreia? O custo de vida, como em qualquer lugar do mundo, varia muito de cidade pra cidade e depende se você está numa cidade maior ou menor. Segundo o Tiago, durante o primeiro ano, morando no interior, a bolsa é o suficiente para viver tranquilo, ainda que sem excessos.

“Em Seul o custo de vida é mais alto, principalmente pra quem optar por não morar no dormitório da faculdade. Acredito que lá seja suficiente, mas precisando economizar muito. O ideal talvez seja procurar algum trabalho para completar a renda, mas da pra viver só com a bolsa, sim”, recomenda o bolsista brasileiro na Coreia.

Vale a pena estudar na Coreia do Sul?

Deu pra ver que a rotina do primeiro na Coreia do Sul com as aulas de coreano e tudo mais é bem INTENSA e que exige muito comprometimento e dedicação dos estudantes brasileiros. Então, se você está querendo estudar na Coreia é bom estar preparado para isso e para todos aqueles probleminhas que aparecem quando a gente mora fora. “Morar fora é uma experiência incrível mas que sempre vem acompanhada de algumas dificuldades. A experiência não feita só de alegrias e tranquilidade. Acho que essa narrativa é ainda mais verdadeira num país com uma cultura e uma língua tão diferentes da nossa, como a Coreia. A Coreia oferece oportunidades muito interessantes pra quem vem morar aqui, principalmente se comparada ao momento tenebroso que o Brasil passa em relação à pesquisa, mas pra aproveitar tudo isso é preciso ter foco e clareza do que quer”, alerta. Ou seja: como em qualquer outra decisão importante na vida, a decisão de estudar na Coreia precisa ser muito bem pensada.

Queria deixar aqui meu muito obrigada gigante ao Tiago por ter se prontificado a responder super rápido! E desejo todo o sucesso pra ele e todo mundo que quer estudar na Coreia do Sul. Abaixo tão os editais das bolsas pra vocês

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Sobre o autor

Bruna Passos Amaral

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6 comentários em “GKS: como estudar na Coreia do Sul com bolsa de estudos”

  1. Oi! HELP.Fiz o TOEFL e tirei uma boa nota. Mas o ETS ( a instituição responsável pela prova) só envia o report oficial para instituições. Eu só terei acesso a cópia física que vão enviar e ao PDF disponível no site. E aí? Qual e como envio?

  2. A nota para fazer a media tem que ser do ensino médio ou da graduação, no meu caso eu termino a faculdade ano que vem, posso utilizar da minha graduação?

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Quem faz?

Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!

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