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Como é estudar na China com bolsa da Yenching Academy

Você já se perguntou como é estudar na China? Dois programas bem famosos selecionam estudantes do mundo todo para fazer mestrado no país com tudo pago. No entanto, muita gente ainda é um pouco receosa por ser um país tão diferente do Brasil no idioma, na cultura e em como a própria sociedade é constituída. Então, para tirar as dúvidas de vocês sobre o assunto e motivar mais gente a conhecer programas como Schwarzman Scholars e Yenching Academy – que oferecem bolsas completas e a opção de estudar completamente em inglês – conversei com um brasileiro estudando na Yenching Academy at Peking University.

Bolsas na China

O Igor Patrick tem 26 e se formou em Jornalismo na PUC Minas.  Hoje ele faz mestrado em  Estudos da China com foco em Política e Relações Internacionais e deve se formar julho de 2021. No caso dele, a opção de estudar na China foi motivada por ele ter feito intercâmbio durante a faculdade no país. Em 2014, ele aproveitou um convênio de mobilidade acadêmica da PUC Minas e fez um intercâmbio na China de seis meses. Para o Igor, estudar no país asiático foi ao mesmo tempo uma necessidade e uma aposta: “uma necessidade em aprender mais sobre o maior parceiro comercial do Brasil (e sobre o qual pouco sabemos, seja por distanciamento geográfico ou cultural) e uma aposta no diferencial que entender este país vai significar para minha carreira no médio e longo prazo”, conta.

Igor Patrick bolsista da yenching academy peking university estudar na china
Igor Patrick, bolsista da Yenching Academy na Peking university, conta mais sobre estudar na China

Yenching Academy: estudar na China com tudo pago

Muita gente fica muito confusa com qual o foco do mestrado com bolsa completa oferecido pela Yenching Academy, mas é bem simples, o curso tem seis áreas de concentração:  Política e Relações Internacionais, Economia e Gestão, Direito e Sociedade, História e Arqueologia, Filosofia e Religião e Literatura e Cultura. “Você pode escolher matérias de todas elas, independente de qual seja a sua opção. É também possível pegar matérias de qualquer instituto da Universidade de Pequim. Então, você consegue desenhar seu mestrado do seu jeito”, explica Igor.

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Outro detalhe importante é que você não precisa de uma formação específica para se candidatar. O Igor relata que no curso dele tem psicólogo, engenheiros, advogados, jornalistas, biólogos, internacionalistas, economistas e até militares. Além disso, um ponto importante é que todos têm perfil de excelência acadêmica.  Oficialmente a pa´gina de inscrição da Yenching afirma que existe um limite de idade de 25 anos para se candidatar, mas segundo o Igor, eles são “super flexíveis com isso”. “Esse ano, o scholar mais novo têm 20 anos e o mais velho, 29. Se você se provar interessante, idade não é um grande impeditivo”, orienta.

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No caso do Igor, ele já vinha trabalhando em aplicações a diferentes bolsas para pós-graduação no Exterior há mais de um ano e meio. Por conta disso, ele já tinha a documentação bem encaminhada e conseguiu fazer o application em pouco tempo. O application da Yenching é relativamente simples e pede certificado de proficiência em inglês (IELTS ou TOEFL), duas cartas de recomendação; histórico escolar traduzido; diploma ou declaração de previsão de formatura (traduzido) e carta de motivação. Além disso, o processo inclui uma entrevista de 20 minutos por Skype. As perguntas são feitas com base no seu currículo e no que dizem seus recomendadores nas cartas, então, cada entrevista pode ser bem diferente em termos de conteúdo. “No meu caso, pediram que eu explicasse a derrocada na economia brasileira e o que eu faria de diferente, qual era minha motivação para voltar a estudar na China, como eu analisava a situação relativa à liberdade de imprensa no país (por eu ser jornalista)”, relata Igor.

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Como em qualquer candidatura, você precisa ser coerente e mostra seu interesse específico naquele programa/país. No caso da Yenching, as dicas que o Igor dá são “destacar o seu relacionamento com a China: já pesquisou sobre? já estudou chinês? por que quer vir pra cá e como esse programa pode te ajudar? tem intenção de morar aqui depois do curso?”, orienta. Os programas para estudar na China tanto da Yenching quanto da Schwarzman não exigem que os bolsistas retornem ao Brasil no fim do curso, então, vale a pena destacar se você tem algum interesse em permanecer no país e como você pretende fazer isso.  Convencer o selecionador que você não está simplesmente atirando para qualquer lado, mas que aquela experiência específica é o que você procura é fundamental.  Então, mostre como a Yenching faz sentido para você e para suas pretensões acadêmicas e profissionais no longo prazo.

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As vantagens: moradia e custo de vida na China

Uma vantagem bem importante dos programas na China (tanto Schwarzman quanto Yenching) é que os mestrados oferecidos são programas residenciais. Sendo assim, os alunos moram dentro de dependências da Universidade na China e não passam por problemas procurando moradia no Exterior, como alunos do programa Erasmus Mundus passam, por exemplo. No caso da Yenching, por exemplo, o Igor conta que os bolsistas da Yenching moram em um hotel dentro da universidade, exclusivo para os alunos. “Nosso prédio possui uma sala de convivência (onde realizamos eventos, estudamos, jogamos ping pong, cross fit, tocamos piano, etc), uma biblioteca muito boa e só aberta a alunos do nosso programa, lavanderia, dois espaços de reunião, restaurante, etc”, relata. Além disso, os alunos da Yenching têm a vantagem de morar a pouco mais de 150 metros do local são as aulas.

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Uma outra vantagem interessante dos programas para estudar na China com bolsa completa é que as bolsas costumam ser generosas uma vez que os alunos não pagam pela moradia e têm refeições subsidiadas. Na Yenching Academy, a bolsa é de RMB 3000 mensais. Segundo o brasileiro, dificilmente se gasta mais que 15 RMB em uma refeição dentro da universidade, por exemplo. “O custo de vida na China não é alto. No segundo ano, você pode escolher trabalhar como assistente dos professores ou assistente da residência estudantil, garantindo um adicional de RMB 3000”, conta.

No caso da Yenching, também há a possibilidade de fazer intercâmbio com instituições conveniadas com a Universidade de Pequim com bolsa da Universidade. “Neste caso, além das passagens de ida e volta, seguro de vida e auxílio instalação, você também ganha uma bolsa maior, de 7380 RMB mensais (o que dá mais ou menos 960 euros por mês)”, comemora Igor.  Apesar disso, é importante lembrar que é necessário ter uma boa preparação financeira antes do intercâmbio com ou sem bolsa de estudos. “No primeiro mês, você precisa cobrir os gastos com o pedido de residência permanente, seguro de vida obrigatório, gastos diários (a primeira bolsa só cai na terceira sexta de setembro e você chega na última semana de agosto). Além disso, é necessário pagar a passagem de ida pra China, reembolsada em outubro (para brasileiros, pagam 6000 RMB, o que dá e sobra)”, explica.

Outro ponto importante de levar em consideração ao optar por estudar na China é que apesar de Pequim ser uma grande capital com muitas opções de coisas pra se fazer, a cidade não é tão agitadas quanto Shanghai. “Eu às vezes tenho a sensação de que bares e restaurantes fecham muito cedo (para os padrões brasileiros), mas há opções para todos os gostos”, conta.

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Importante saber antes de estudar na China

No caso do Igor, ele já conhecia alguns dos desafios de morar na China antes de ser selecionado para o programa da Yenching. Afinal, ele tinha passado um semestre no país. No entanto, ele mesmo afirma que uma cautela maior com alguns aspectos poderia ter ajudado. “Talvez devesse ter sido mais cauteloso em trazer mais roupas de frio, mais medicamentos. Os remédios comuns aqui são controlados e só podem ser encontrados em hospitais, farmácias só vendem produtos medicinais”, conta. Outro detalhe importantíssimo é que muitos serviços online e redes sociais que os brasileiros amam são proibidos na China. Facebook, Whatsapp , YouTube e outros serviços do Google não são acessíveis o que torna um bom serviço de VPN antes de chegar ao país uma necessidade.  “Facebook, todos os serviços do Google, Whatsapp, Instagram, etc são todos bloqueados na China e mesmo para as aulas, é necessário ter VPN (muitas vezes, os professores colocam material no Google Drive). Então vale procurar um serviço bom”, alerta Igor.

Além disso, os alunos da Yenching podem trabalhar a partir do segundo ano. “É bem fácil conseguir estágio. Tenho colegas trabalhando para grandes multinacionais ganhando salários altos no segundo ano”, conta o jornalista. A Yenching ainda conta com um departamento específico de carreira, que orienta os alunos e traz empresas e recrutadores para eventos com os alunos para ajudá-los a se inserir no mercado de trabalho.

As inscrições para o programa de mestrado da Yenching Academy para estudar na China com tudo pago abrem anualmente no segundo semestre. Vocês encontram mais informações aqui no Partiu Intercâmbio.

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Sobre o autor

Bruna Passos Amaral

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Quem faz?

Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!

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