mestrado em direitos humanos na italia

Brasileira aprovada com bolsa no mestrado em Direitos na Itália dá dicas

Já contamos aqui no Partiu Intercâmbio que tem bolsa para estudar em Pádua, na Itália com inscrições abertas. As bolsas cobrem todas as despesas do estudante internacional primeiro colocado em cada um dos cursos ofertados em inglês pela Universidade. A Nathalie Vieira faz o mestrado em Direitos Humanos (oficialmente o curso chama Human Rights and Multi-level Governance) e com sua média de 9,15 no curso de Direito da UFERSA (Universidade Federal Rural do Semi-árido) conquistou a bolsa da universidade italiana.  A Nathalie iniciou o curso de mestrado na Itália em outubro de 2018 e deve terminar em setembro de 2020.

Bolsas na Itália

Ela conversou com a gente de deu boas dicas sobre o curso e também sobre estudar na Itália. Confiram.

Por que fazer mestrado em Direitos Humanos na Itália

Primeiro, sempre foi meu sonho estudar na Itália. Então, decidi pesquisar todas as universidades italianas mais conhecidas e procurei pelos cursos ministrados em inglês, já que meu italiano ainda não era o suficiente para fazer um mestrado. E encontrei em Padova o curso que era exatamente o que eu queria. mestrado em Direitos Humanos. Por quê? Minha graduação foi voltada para esse campo do direito, participei de grupos de pesquisa, fiz estágios e cursos direcionado aos direitos humanos, então, é a disciplina que eu queria aprofundar meus conhecimentos e a qual eu pretendo trabalhar no futuro. O curso além de ser em inglês, tem um currículo muito bom, com disciplinas enriquecedoras, possibilidade de participação em simulações e é voltado para aqueles que almejam uma carreira em organismos internacionais.

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A candidatura para o mestrado em Direitos Humanos na Itália 

A universidade possui um sistema próprio de aplicação em que você se cadastra e aí poderá realizar sua inscrição para o curso e solicitar a bolsa de estudos. A inscrição é toda Online. E os documentos solicitados foram: passaporte, diploma, histórico, proficiência em inglês (no meu caso mandei o IELTS), carta de motivação e currículo. E também cobraram 30 euros de application fee. Onde entra a bolsa nisso? Seguinte, no momento do preenchimento da inscrição no site da universidade aparece a opção para concorrer a bolsa (Padova International Excellence Scholarship) e a isenção das taxas (Tuition fee-waiver). Então, basta marcar a caixinha e a aplicação será considerada para a bolsa. O processo de seleção é só avaliação do histórico e do currículo, então, não tem entrevista.

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A aprovação no programa e a espera pela bolsa para estudar na Itália

O resultado do curso saiu em abril de 2018 e eu teria passado apenas com a isenção das taxas da universidade (fee-waiver), eles publicaram primeiramente a lista de aprovados no site da universidade e alguns dias depois me enviaram um email comunicando a aprovação. Deram um prazo para que eu informasse se eu aceitaria ou não a minha vaga, e para garantir o meu lugar eu tive que pagar uma taxa de €185. Junto com a carta de aceite eles enviaram um guia do que eu teria que preparar de documentação para a matrícula e para o visto. Só fiquei sabendo que teria conseguido a bolsa em junho, e aí eu já tinha começado a preparar a documentação.

Primeiramente, tive que mandar fazer a tradução juramentada do meu histórico e diploma para o italiano, e apostilar os originais e as traduções. Após, solicitar a declaração de valor do consulado, para atestar que meus estudos no Brasil seriam válidos para entrar em um mestrado na universidade italiana. Depois tive que fazer uma pré-matrícula através do consulado, enviando toda essa documentação e ainda a ementa das disciplinas da minha graduação. Por fim, tive que solicitar o visto de estudos do consulado. E aí, após chegar na Itália, fiz a matrícula presencial na universidade e ainda tive que realizar o requerimento do permesso di soggiorno, que seria uma permissão de residência na Itália.

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Vale a pena fazer mestrado em Direitos Humanos na Itália

Para mim tem sido uma experiência bastante enriquecedora, o que tem me trazido amadurecimento e conhecimento. É bastante valioso a oportunidade de estudar em outro país e poder se aprofundar em uma cultura diferente, não estou apenas melhorando o meu inglês, mas também estou tento a oportunidade de aprender o italiano. Além de que a experiência de estudar em uma sala de aula em que tem pessoas dos mais diversos países é algo sensacional, e também algo que é primordial para um futuro profissional, o networking que você vai conquistando durante a vida e as amizades. E ainda, estudar na Europa abre portas para conhecer outros países e viajar.

Eu estou adorando o curso e a cidade; e recomendo o curso e a universidade para todos aqueles que gostam dos direitos humanos, que possuem interesse em se aprofundar na disciplina e almejam trabalhar com isso no futuro, seja desenvolvendo projetos ou trabalhando em um organismo internacional. O curso é muito amplo e trabalha com os diversos direitos humanos, ainda explorando as competências e habilidades para trabalhar em contextos locais e internacionais complexos.

O ritmo do mestrado em Direitos Humanos na Itália

O mestrado em Direito Humanos é bem puxado. Tenho aula de manhã, de tarde e à noite. E o horário é bem variado, toda semana tem alterações, então tenho que ficar acompanhando o sistema da universidade. O que eu acho interessante é que as provas aqui na Itália são apenas uma por matéria, não é como no Brasil que são aproximadamente 3 por disciplina, uma a cada bimestre e a média da matéria é a ponderação das três notas. As provas daqui a maioria são escritas, e o bom é que pode escolher quando quer fazer a prova, já que são 4 opções por ano; e se caso não gostar da nota ainda pode repetir a prova na próxima data. Inclusive, alguns professores ainda dão pontos extras para os alunos que se voluntariam a fazer apresentação oral em sala sobre algum dos assuntos estudados ou realizar certas atividades. Outros professores também dividem a nota da disciplina em um exame escrito e um artigo. Então, depende muito de cada professor.

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Quem não tem bolsa consegue trabalhar estudando na Itália

Eu acho um pouco complicado ter que trabalhar e fazer o mestrado na Itália, pois tem dias que tem aula o dia todo e já não sobra tempo para estudar. Contudo, tem dias livres também. O horário é bem flexível e isso atrapalha um pouco o planejamento do estudante. Mas não é impossível trabalhar durante o curso. Até porque como tem várias opções de provas (4 por ano), cabe ao estudante decidir quando seria melhor realizar o exame. E outra, a frequência na aula não é obrigatória (non-atendee), então, o estudante tem a possibilidade de ir só fazer a prova, basta se inscrever no sistema para ir fazer o exame.

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A bolsa da universidade de Padova é suficiente?

A bolsa da Universidade de Padova é apenas uma quantia anual que a universidade fornece, divida em 3 parcelas, pagas ao longo do ano. O valor da bolsa é mais que suficiente para arcar com o meu custo de vida em Padova. Contudo, toda a documentação que tive que preparar até chegar aqui (tradução de documentos, apostilamento, declaração de valor, visto, permesso di soggiorno), passagens e mesmo o pagamento da caução da minha acomodação, eu tive que arcar. Para cobrir todos esses custos eu utilizei as minhas economias. Desde o segundo semestre da faculdade que eu comecei a estagiar em órgãos governamentais, e como já tinha a pretensão de um dia estudar no exterior, eu vinha sempre juntando uma parte do meu salário para quando uma oportunidade aparecesse.

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Como é o processo de visto para fazer mestrado na Itália?

Posso dizer que a Itália é um país bem burocrático e ainda é complicado conseguir informações completas do consulado. Foram milhares de e-mails e ligações para conseguir enviar toda a documentação completa para o visto. Então, a universidade, junto com a carta de aceite, me enviou uma lista do procedimento que eu teria que fazer junto ao consulado e os documentos necessários para o visto, contudo, o consulado italiano tem a liberdade de exigir mais documentação. Assim, antes de chegar na Itália, eu tive que requerer o visto de estudos através do consulado italiano em Recife (tendo em vista que resido no RN). O meu curso é de dois anos, mas o visto é de no máximo um ano. Ocorre que ao chegar na Itália, é necessário que o estudante solicite o permesso di soggiorno (permissão de residência), e nesse processo a universidade me auxiliou, preenchendo o formulário juntamente comigo e me entregando a lista da documentação necessária a ser entregue. O permesso é de no máximo um ano e concedido com data de término de acordo com o seguro saúde. Antes de expirar o prazo do permesso é necessário requerer a sua renovação.

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Uma coisa que é importante falar é sobre o seguro saúde. A Itália tem o convênio com o Brasil, o que permite que os brasileiros se utilizem do sistema de saúde público italiano. É necessário que o brasileiro esteja vinculado ao INSS e que requeira o IB2 do Ministério da Saúde, emitido gratuitamente. O IB2 (CDAM) é emitido em italiano e em português, assim não é necessário traduzir nem apostilar. Assim, basta trazer esse documento na agência sanitária italiana responsável na localidade que reside que eles fazem um cadastro do indivíduo e assim pode se utilizar do sistema público.

Como é fazer mestrado em Direitos Humanos na Itália em inglês?

Eu percebi que a gente nunca está preparado para esse choque de realidade. Eu tenho um bom conhecimento de inglês, mas ao chegar aqui percebi que eu precisava mais do que isso para o mestrado em Direitos Humanos. Ainda estou me acostumando ao fato de ter que estudar em inglês e preparar meu cérebro para pensar em outro idioma, não é algo tão simples. Mas aos poucos a gente vai se adaptando.

Eu tive bastante receio de fazer o curso sobre Direito Humanos e pensar, e depois? Será que isso vai servir para alguma coisa? É tanto que antes de começar o mestrado, eu entrei em contato com ex alunos e procurei saber a experiência deles, e todos foram bem positivos. Realmente, o curso é muito bom e currículo dele bem válido. Inclusive, todo ano a universidade tem tentado aprimorar o curso, adicionando disciplinas e atividades extracurriculares. Há até a possibilidade de fazer um double degree, ou seja, um ano na Itália e outro ano na França ou Polônia, com a universidade custeando, e ao final o estudante recebe dois certificados, um de cada universidade.

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Acho que uma das coisas que eu não sabia muito bem era sobre o sistema de notas italiano, onde cada prova vale 30, e como são agendadas as provas, 4 opções por ano. Mas essas são apenas metodologias que aos poucos o estudante vai entendendo.

Pra ganhar bolsa de estudos não pode desistir fácil

Bolsa de estudos não é sorte, é persistência. Eu tentei diversas bolsas de estudos, recebi vários nãos antes de conseguir. Eu já estava achando que essa vida não era para mim, estava a ponto de desistir quando a resposta positiva chegou. E assim, eu não passei em primeiro lugar, tinha uma menina na minha frente. Em abril quando saiu o resultado e eu vi que tinha ficado em segundo, foi meio que um baque de esperança. Procurei a menina no facebook e entrei em contato com ela, em alguns dias ela me respondeu dizendo que ia aceitar a bolsa, mas em junho sairia uma resposta e poderia fazer ela desistir de ir pra Itália. Então, fiquei na expectativa, me candidatei a outras bolsas e nada. Em junho saiu o resultado da entrevista do Chevening e eu não passei, foi aí que praticamente perdi todas as esperanças. Então, já não tinha mais nada a perder e entrei em contato de novo com a menina. E ela tinha passado para o Chevening, então a bolsa da Itália era minha. Fiquei sem acreditar que isso estava acontecendo, mas nada de oficial ainda, mandei email para a universidade. Com uma semana eles me informaram que a bolsa era realmente minha. Então gente, o que eu tenho a dizer é não desistam! Uma hora chega, pode ter certeza.

A Universidade de Padova na Itália

E para quem quer tentar a Universidade de Padova, eu super indico! Eu gosto muito do curso, da universidade e da cidade e acho que fiz a escolha certa. Aqueles que têm interesse em estudar na Itália, vale a pena tentar. Só tenham paciência sobre a burocracia italiana, mas vai dar certo. A universidade tem uma política bem aberta aos estudantes internacionais e são bem flexíveis, inclusive o setor de admissão internacional é bem prestativo, e eles tem diversas opções de bolsas de estudos. Além da minha bolsa que é por mérito, eles criaram esse ano outras bolsas por departamento e ainda tem a bolsa por renda; então são várias opções para os brasileiros virem estudar na Itália.

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Sobre o autor

Bruna Passos Amaral

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Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!

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