Dubrovnik croácia

Roteiro na Croácia: Dubrovnik e Lokrum em três dias

Dubrovnik

Sei que demorei mil anos, mas a vida não tava fácil. Finalmente terminaram minhas provas do semestre e o verão 🙁 então posso passar horas na frente do computador sem culpa. Como promessa é dívida, aqui vai o primeiro post contando dos nossos primeiros dias na viagem de 18 dias pela costa da Croácia. Pra quem não leu o primeiro post sobre o assunto: fui para lá em agosto deste ano com uma amiga, passagens de ida e volta e sem muitos planos. Hoje vou contar dos nossos primeiros três dias em Dubrovnik e Lokrum.

Antes de começar, um fato importantíssimo sobre a Croácia: todas as praias são de pedra. Praia de areia praticamente não existe lá. Vi um monte de brasileiros reclamando disso na internet, tipo, gente, é a mesma coisa que ir pro Caribe e reclamar que lá é quente em julho hehe. Então, não diga que eu não avisei: é pedra pra todos os lados. Areia é uma coisa que você praticamente não vai ver (se não me engano só duas praias no país todo são de areia). Então, simplesmente supere ou faça como os locais: e use sapatinhos de plástico pra entrar no mar para não doer/machucar os pés. Os sapatos custam em média 50 kunas (muito mais que isso é roubalheira). A gente acabou não comprando e sobreviveu muito bem sem eles, mas pra quem é um pouco mais sensível é uma boa ideia. E como as praias são de pedras, nem sempre é confortável deitar numa canga ou toalha. A gente viveu super bem com nossas canguinhas, mas esteiras ou aqueles colchonetes de yoga podem ser uma boa ideia. A água é super cristalina e sem ondas, então, aquelas tralhas infláveis (boias, barquinhos, colchões, jacarés, baleias)  também são bem úteis pra ficar de bobeira na água. Tem pra vender em toda esquina ou você pode levar, caso tenha uma.

Vista da praça na entrada principal da cidade antiga de Dubrovnik de cima dos Muros da cidade :)

Dubrovnik  é uma das mais concorridas (e bonitas) cidades costeira da Croácia. Fica no extremo sul da região Dalmácia. A cidade tem um porto marítimo enorme e, por isso, de lá dá para ir de barco ou de balsa para quase qualquer canto. No verão, por exemplo, tem balsas diárias pra Itália. Inclusive, uma das coisas que a gente descobriu na viagem é que andar de balsa geralmente é mais barato que ônibus para distâncias mais longas. O problema é que as balsas nem sempre fazem o trajeto que você quer e nem sempre há muitas opções de horário. Para consultar preços e horários, é só entrar no site da Jadrolinija, a companhia estatal das balsas na Croácia. Nos posts, eu vou sempre contar como a gente foi de um lugar pro outro e quanto custou. Foram as nossas escolhas por motivo x ou y, mas sempre existem outras opções 🙂

 

Lapad, Dubrovnik
Fim de tarde na praia em Lapad em Dubrovnik

Mas tá, partimos para Dubrovnik em um voo de Colônia no início de agosto. Como nós viajamos em duas, levamos só uma mochila: meu mochilão foi com a mala da Natália dentro dele. Porque a gente não queria pagar para despachar duas malas. Todas as companhias aéreas baratas da Europa (RyanAir, EasyJet, German Wings, etc) cobram pelo menos vinte euros a mais só pra despachar a mala. Combinamos direitinho antes o que a gente ia levar para não esquecer nada e nem levar coisas dobradas (tipo xampu e condicionador e outras itens de higiene que pesam um monte, precisam ser despachados. Um tubo de cada tá mais que bom pras duas pessoas em 18 dias). Por volta das 7:30 da manhã, desembarcamos na Croácia num aeroporto lotado, mas bem organizado. Catamos nossa mala e pegamos o primeiro ônibus que tinha pro centro da cidade, tem ônibus de linha mas eles andam em uns horários meio alternados. Por isso, a gente pegou uns ônibus “especiais” que fazem só o trajeto aeroporto-centro que custam 5 euros.

Água verdinha em Dubrovnik
Água verdinha em Dubrovnik

Já no trajeto até a estação de ônibus já dá pra ver como a cidade é simplesmente incrível. O caminho de mais ou menos uns 40 minutos passa por penhascos de já dá um gostinho das águas cristalinas do mar Adriático. Então a dica é, sente na janela. Como deixamos pro último segundo, não tivemos muitas opções de hostel. Acabamos no Vila Valjalo, em Lapad, um bairro que fica a uns 15 minutos da cidade antiga. O bairro em si é bem legal, tem uma praia super bonita perto, supermercados abertos até tarde, restaurantes. Sobre o hostel em si, a única coisa que eu tenho para dizer é: não fiquem lá.  Dubrovnik deve ter outros lugares mais limpos, baratos e com infraestrutura para receber ~mochileiros~, mas se vocês forem em agosto ou julho se liguem e reservem o albergue logo pra não acabar num albergue tipo esse.

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#croacia e o verdadeiro sentido de “estar de boa #dubrovnik #lovecroatia

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O bom do hostel ser ruim é que a gente tinha menos motivo ainda pra se demorar por lá! Como a gente tava acabada da viagem, passamos o primeiro dia só por Lapad mesmo. Depois de procurar por um lugar para comer – tudo em Dubrovnik é bem caro. Escolhemos um lugar chamado Pizzeria Scala que era bem bonitinho, com uma comida bem ok e os preços eram bons. Por alguma razão, existem muitos restaurantes com comida “mexicana” na Croácia. Esse era um deles. Na real, era meio que uma mistura de tudo: pizza, salada, comida mexicana… Optem pelo prato do dia que nada pode dar errado. Não tem escrito no cardápio, mas a moça fala em inglês se você perguntar. Outra coisa, perto da praia sempre rolam uns panfletos do restaurante. Quando a gente foi, se você tivesse o panfleto, ganhava a bebida grátis.

Dubrovnik
Primeiro dia de férias \o/

Não sei qual a definição de férias de vocês, mas pra mim inclui uma boa dose de não fazer absolutamente nada. Exatamente por isso, passamos o primeiro dia só descansando na praia em Lapad. Se você andar pro lado direito da praia, vai passar pela entrada de vários restaurantes chiques e hotéis de luxo e, nesse mesmo caminho, vai encontrar várias escadinhas para descer para o mar e alguns trapiches onde o povo senta, lê um livro, toma uma cervejinha, faz um pique-nique. Se você quiser um pouco mais de ação, dá pra alugar um caiaque ou uns pedalinhos 😛 Esse cantinho do lado do morro em Lapad também é um lugar sensacional para ver o pôr-do-sol.  Na segunda noite, voltamos pra lá com nossas cangas, umas taças, uma comida que fizemos no albergue e, depois que o sol se foi, passamos horas jogando conversa fora na beira do mar. Acho que nunca vi tanta estrela cadente em toda a minha vida. Pra mim, foi um dos highlights da viagem e a prova de felicidade e diversão não necessariamente estão ligadas a coisas carésimas.

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Noite de super lua em Dubrovnik

 

Se assim como a gente, você não estiver na cidade antiga, no seu primeiro dia de “passeio” na parte mais turistona da cidade vale comprar o Dubrovnik Card de um dia. Custa 150 kunas e dá direito a andar de ônibus  de graça o dia inteiro (cada viagem de ônibus custa 12 kunas, para ter uma ideia). O cartão garante ainda entrada grátis na Muralha de Dubrovnik (que custa 100 kunas normalmente) e em outras atrações. Além disso, ele poupa você da fila enorme pra comprar ingresso pra Muralha. Quando a gente foi, também dava para usar para subir no Forte Lovrijenac (que fica de frente pra muralha), entrei no site agora e não tava dizendo mais isso. Então tem que dar uma checada antes de ir, mas vale a pena pro dia em que você for subir a  Muralha com certeza 🙂

Forte Lovrijenac visto da muralha de Dubrovnik: os fãs de Game of Thrones pira.
Forte Lovrijenac visto da muralha de Dubrovnik: os fãs de Game of Thrones pira.

 

Não sei vocês, mas eu sou fanzona de Game of Thrones e ir a Dubrovnik foi simplesmente incrível. Porque quando você chega na cidade antiga é como se você estivesse em King’s Landing. Inclusive, existem vários tours “Game of Thrones” em Dubrovnik. Eu não fiz nenhum porque achei que podia investir os 70 dólares em outras coisas. Além do mais, dá pra visitar várias locações sem um tour específico, como a Muralha da cidade, o Forte Lovrijenac (Fortaleza Vermelha, na série), a Torre Minceta (Casa dos Imortais) e a ilha de Lokrum (Quarth).

Dubrovnik

Por isso, eu diria que só pra Muralha precisa de no mínimo umas duas horas: aí dá pra parar, olhar o mar incrível e tirar umas fotos idiotas (tipo essa aí acima :P). Porque, se você for um sedentário (como eu. não me orgulho disso, mas fazer o quê?), depois do passeio na Muralha, suas pernas estarão tremendo de tanto subir e descer escada e tudo que você vai querer na vida é um cantinho pra sentar. Então, a dica pra visitar a cidade antiga é: acordar cedo, subir a muralha (é uma bela duma caminhada, prepare-se) passar a manhã perdido pelos corredores e depois descer pra almoçar na cidade antiga antes de dar uma boa volta por lá.

Torre Minceta é o ponto mais alto da Muralha de Dubrovnik. Vale a pena subir pra ter essa vista aí
Torre Minceta é o ponto mais alto da Muralha de Dubrovnik. Vale a pena subir pra ter essa vista aí

Durante o passeio pela Muralha, você vai ver um monte de praias e bares pro lado do porto. Depois de repor as energias dá pra tomar banho de mar e ficar por lá (sim, leve sempre uma toalha e roupa de banho na mochila se você estiver em Dubrovnik no verão). Quando você tiver recarregado as baterias, é hora de subir no Forte Lovrijenac (é do ladinho da Muralha). São mais uns infinitos degraus até o topo, mas vale o esforço. No fim do dia, você vai simplesmente estar morto de cansado. A gente aproveitou o cansaço e usou a noite para um pique-nique na beira do mar.

Dubrovnik Muralha
Em volta da muralha, tem um monte de bares e praias onde dá pra descansar e recuperar o fôlego

Lokrum

No porto de Dubrovnik, você vai ouvir de ofertas para passeios para inúmeras ilhas ali perto. Tem passeio pra todo o tipo de gosto e bolso. Nós escolhemos ir para a Lokrum. A ilha fica super perto (uns 20 minutos de barco) e é uma ótima pedida pra gente jovem ou velha. A passagem de ida e volta custa 70 kunas e o lugar me lembrou a sede campestre de um clube só que num lugar incrível. Logo na entrada tem um lago que eles chamam de “Lago Morto“. O lago é salgado e ajuda a boiar e tal, mas nada que se compare ao mar morto de verdade. Lokrum é cheia de pavões andando livremente por lá. Se você tiver sorte, algum deles se aproxima e mostra as penas.

Lokrum (67)

 

Lokrum tem também uma praia nudista no sudeste da Ilha. O monastério beneditino e o jardim botânico da ilha serviram de locação para algumas das cenas de Game of Thrones em Quarth. Se tudo isso ainda não é o suficiente, Lokrum também tem várias áreas de lazer, lugares pra pique-nique e um mar verdinho onde você pode começar a ensaiar seus primeiros pulos de penhascos.

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A água é funda o suficiente. Eu resolvi pular depois de ver crianças de seis anos pulando loucamente, mas, né, sempre é bom observar bastante antes de fazer qualquer coisa. Ninguém quer que as férias virem uma tragédia, então se cuidem e não saiam fazendo maluquice por aí.  Tá certo que esse penhasco aí não era nada assustador comparado com o que a gente pulou uns dias depois em Omis, mas foi um treino para perder o medo. Mas não precisa ter medo da Croácia, em todos os lugares sempre têm uma escada pra entrar na água de maneira menos “radical”, caso você não seja do tipo que se joga na água fria.

 

Escadas pra entrar na água estão em todos lugares na Cróacia para facilitar a vida dos banhistas
Escadas pra entrar na água estão em todos lugares na Cróacia para facilitar a vida dos banhistas

Lokrum é uma ótima opção para passar o dia e, depois que voltamos de lá fomos direto pra rodoviária. Deixamos Dubrovnik e Lokrum de coração na mão. Foi simplesmente liiiindo, mas nosso destino do dia seguinte aguadava: Vela Luka e uma passada em Korcula, mas disso eu conto mais na semana que vem 🙂

Dubrovnik
Tchau, Dubrovnik, a gente adorou 🙂

 

Nosso roteiro na Croácia:

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Sobre o autor

Bruna Passos Amaral

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5 comentários em “Roteiro na Croácia: Dubrovnik e Lokrum em três dias”

  1. Só por causa desse teu roteiro lindo, tá quase decidido qual vai ser um dos meus destinos de mochilões e férias do ano que vem. 😀

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Quem faz?

Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!

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