intercâmbio na índia Bibiana Nilsson

E, assim, Bibiana foi fazer intercâmbio na Índia

Lembro de como fiquei embasbacada quando, em 2011, a Bibiana Nilsson – que no momento fazia intercâmbio na Alemanha – contou que ia fazer intercâmbio na Índia  e tentar uma vaga de estágio lá. Só pra vocês entenderem, ela foi minha colega de faculdade e largou tudo no meio pra viver uma vida diferente. No fim das contas, a temporada de intercâmbio na Índia deu tão certo que era pra ser de seis meses e virou cerca de um ano e meio.

O que já era de se esperar. Afinal, ela é uma das pessoas mais curiosas, inquietas e queridas que eu já conheci. Há séculos, eu incomodava por um texto pro blog (sou chata, desculpa, Bibs!) e valeu esperar. Leiam e vejam como é só estar aberto para novas experiências pro inesperado poder ser incrível 🙂 

Bibiana Nilsson intercâmbio índia

“Fazer intercâmbio na Índia nunca fez parte da minha lista de prioridades. Quando comecei a procura por um intercâmbio, eu tinha em mente destinos menos exóticos (aos meus olhos), como Oriente Médio (eu cheguei a me candidatar para ir pro Afeganistão) ou África (tentei também ir para o Togo). Acabei encontrando uma vaga de estágio na Alemanha, que eu já conhecia. Desembarquei  em Hamburgo em outubro de 2010, feliz por visitar minha segunda casa. Mas a alegria era inquieta; eu sentia que precisava de um desafio maior. Foi então que apareceu uma oportunidade de estágio na  Índia, em abril de 2011. E, a partir daí, tudo mudou.

>>> Programas para fazer estágio no Exterior

A primeira cidade na qual morei durante meu intercâmbio na Índia foi Chandigarh. Durante dois meses, trabalhei em uma start up indiana, com colegas indianos e estrangeiros (poloneses, americanos, chineses, nigerianos)  e morei em um apartamento com uma dúzia (literalmente) de nacionalidades diferentes. Não foi fácil, mas foi muito divertido. Chandigarh é a “Brasília” Indiana (não por ser a Capital, mas em virtude de seu planejamento urbano): é organizada e tem muitos jardins; uma infra-estrutura invejável se comparada a outras cidades indianas.

Como meu emprego não era, digamos, o melhor do mundo, comecei a buscar novas oportunidades.  Acabei sendo selecionada para trabalhar na TCS (Tata Consultancy Services), uma multinacional indiana presente inclusive no Brasil. Meu emprego requeria que eu desenvolvesse atividades de aprendizagem alternativa para mais de 4.000 colaboradores, com o auxílio de um time de mais de 30 indianos e viajasse periodicamente pela Índia.  Meu escritório-base ficava em Baroda, uma cidade  tipicamente indiana, onde 90% da população é vegetarian e a bebida alcoólica é proibida. Foi então que eu entendi porque Chandigarh era chamada pelos indianos de “City Beautiful”.

Bibiana Nilsson intercâmbio índia

Trabalhei na TCS durante um ano e meio. Foi a experiência mais rica que já tive na vida. Por ser a única estrangeira em um escritório com mais de 2.000 colaboradores, eu era tratada como celebridade. No entanto, diferenças marcantes no estilo de comunicação (menos direto do que o brasileiro) e de liderança (princípios burocráticos e hierárquicos que lembram monarquias) ofereciam obstáculos diários ao meu trabalho. Fora do escritório, a vida era mais colorida, mas não menos desafiadora. Como eu não falava a lingual local (Gujarati) , até tarefas simples como ir ao Mercado ou pagar a conta de luz (que eu nunca consegui ler) se tornavam uma aventura.

Durante o intercâmbio viajei bastante pela Índia; conheci paisagens magníficas, como o Ladakh (na fronteira com a China) e a Caxemira; senti saudades lendo as inscrições em português nas construções centenárias de Goa; me deslumbrei com os templos coloridos do sul; me deliciei com os doces de Calcutá e me perdi em Mumbai. Dancei com mais de 20 mil pessoas no festival de Navratri. Não consegui decorar o nome de muitos deuses indianos, mas aprendi algumas histórias e visitei templos lindíssimos, de várias religiões. Comecei a aprender híndi, comi usando as mãos, me acostumei ao banheiro sem papel higiênico ou vaso sanitário ocidental e conversei muito com minhas amigas indianas a respeito do casamento arranjado e o papel da mulher na sociedade.

Voltei  com a nítida impressão de que aprendi e vivi muito, mas sei que ainda há outro tanto por vir. Escrevi um pouco do que vivi e aprendi no blog Vim Parar na Índia (a ser reativado).”

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Sobre o autor

Bruna Passos Amaral

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2 comentários em “E, assim, Bibiana foi fazer intercâmbio na Índia”

  1. Maria Rosa da Silva

    Sonho meu é um dia conhecer a Índia. Porém não tenho grana, sou estudante de Letras inglês e no sonho muito distante fazer um intercâmbio e minha preferência séria a Índia por suas diversidades. Mais como disse é apenas sonho.

  2. Olá pessoal, meu nome é maritsa, sou professora do Ensino Fundamental e Educação Infantil. Este ano, a escola trabalhará com o Projeto “CRIANÇAS DE TODO MUNDO”. Era meu desejo trabalhar este tema. O meu pais será a ÍNDIA, estou com mil ideias e entre elas a de trocar cartas com as crianças de lá. Saber como vivem, seus costumes, o que aprendem na escola e tudo mais. Minha dificuldade é como entrar em contato com essas crianças. Alguém pode me ajudar? Meu email é [email protected]. Obrigada!

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Quem faz?

Bruna Passos Amaral é jornalista, viajante, entusiasta da educação e apaixonada por idiomas. Na bagagem, são nove intercâmbios – dois nos Estados Unidos, seis na Alemanha e um na Finlândia – e passeios por diversos países. Participe, mande relatos, perguntas ou sugestões. Os comentários no site são sempre respondidos!

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